Só queria te abraçar. Mensagem nº 1 do quadro Neurapandêmica |
Um blog de assuntos variados. Assuntos de fé e política, de experiências em Deus, projetos sociais, trabalhos científicos, histórias de vida, histórias de gatos, mensagens bíblicas, vivências pessoais. Enfim, um blog com uma variedade de assuntos associados à minha vida e à minha compreensão de mundo.
Você compreende o conceito de Deus? A ideia de Deus Todo Poderoso e Criador de todas as coisas são fundamentais para essa compreensão. Confira neste conteúdo! |
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Este conteúdo é uma continuidade da relação entre Deus, fé e política. Na primeira parte, vimos o conceito de Fé.
Nesta, trataremos sobre o conceito de Deus e depois sobre
o de política. A partir da compreensão desses três conceitos, podemos
mais facilmente compreender essa relação nos seus fundamentos. Senão vejamos:
Deus é um conceito bastante amplo. Talvez o mais amplo da história
da Humanidade devido à sua universalidade, assegurada certamente por suas próprias
dimensões de onisciência, onipotência e onipresença. Existiria um conceito mais
amplo e mais universal do que o de Deus?
Provavelmente sim, uma vez que Deus é negado por muitos e muitas e
ignorado por muitos outros e muitas outras. Entre a negação e a ignorância,
certamente outros conceitos assumem em preponderância o seu lugar.
Provavelmente não, porque seja pela negação ou pela afirmação uma ou mais
ideias construímos a respeito de Deus. Sempre! Aqui e acolá! Em todos os lugares! Nestes e noutros
tempos! Como são as ideias que mantêm vivo um conceito, Deus certamente é o
conceito mais vivo, mais amplo e universal de toda a história da Humanidade a despeito da estrutura de mundo construída para o suplantar.
Muitas ideias acerca de Deus se não todas estão presentes na Bíblia Sagrada, ideias essas empiricamente verificáveis no mundo. Quem tem ouvidos, que ouça; quem tem olhos, que veja; e quem tem discernimento, que entenda. É com
base em meu entendimento nas minhas leituras bíblicas e na minha experiência em
Deus que componho os textos de compreensão desse conceito. Para uma compreensão
mais completa, porém não total, creio que algumas ideias sejam fundamentais.
Este conteúdo apresenta duas dessas ideias, bastante básicas: a ideia do Deus Todo Poderoso e a de Deus Criador de todas as coisas. São essas as ideias mais
importantes na compreensão do conceito de Deus porque são a base de nossa fé em Deus, para quem a tem. Somente por meio da fé é que o alcançamos
e o compreendemos em nossa vida. Por isso, são ideias centrais na compreensão do
conceito de Deus. Um conceito tão amplo que cada ideia que o compõe já traz em
si sua própria amplitude.
Veja nas seções seguintes o conteúdo sobre Deus Todo Poderoso e Deus
Criador. Comente conforme o caso. No próximo conteúdo, teremos a ideia de Deus
dos profetas e dos anjos e a de Deus de nosso Senhor Jesus Cristo. Com essas
ideias, teremos elementos suficientes para fundamentar o conceito de política e a relação entre Deus, fé
e política que veremos oportunamente.
Deus Todo Poderoso é certamente a ideia mais conhecida a respeito de Deus. Conhecemos
nem que seja por ouvir falar. Ou não? Se não, deveria ser. Mas será que todas as pessoas que a conhecem compreendem a extensão do seu significado? Esse significado que nos dá a dimensão do conceito de Deus? Será que todos nós sabemos o que
significa esse atributo de Deus que o qualifica como Todo Poderoso? Creio que para
essa compreensão é fundamental que compreendamos três ideias próprias desse conceito: as
ideias de onipresença, onisciência e onipotência. Essas qualidades intrínsecas a Deus.
Esses atributos ou qualidades de Deus derivam de palavras formadas com o
prefixo oni, o qual nos remete à ideia de todo ou totalidade. O
que é então o Deus onipresente, onipotente e onisciente senão o Deus que está
em todos os lugares ao mesmo tempo (onipresença); que sabe tudo
sobre todos e todas as coisas (onisciência); e que dispõe de poder sobre tudo e
todas as coisas (onipotência)?
Essas qualidades é o que torna Deus efetivamente Todo Poderoso. O Deus de
poder absoluto porque tudo pode. E por tudo poder, pode estar em todos os
lugares ao mesmo tempo; e saber de todas as coisas também em todos os lugares e
ao mesmo tempo. Esses atributos somente a Deus pertencem. São características ou
qualidades intrínsecas ao seu ser. Características essas que atraem para si o
controle total ou absoluto de todas as coisas. Esse controle que somente Deus onipresente,
onisciente e onipotente é quem tem.
Então, ao pensarmos no Deus Todo Poderoso, entendamos Deus inserido no tempo presente, passado e futuro. Isto porque o Deus de hoje é o mesmo de ontem e o de amanhã. O Deus atemporal, que não tem início nem fim; por isso não se limita a um tempo determinado, a uma fração de tempo, mas está em todo ele. No entanto, é o Deus princípio e fim nele mesmo porque nele tudo se inicia e nele tudo se finda, tudo se encerra. O Deus pelo qual tudo existe e para o qual existe.
Quando dizemos então que Deus tudo
pode e tudo sabe e tudo vê porque está em todos os lugares ao mesmo tempo, esse
tempo significa também o passado e o futuro de tudo e de todas as coisas. Por
isso não raras vezes dizemos: “Deus não esquece” ou “Só Deus sabe o futuro” ou
“Do futuro só Deus sabe”.
Assim, crê em Deus Todo Poderoso, como dizemos, é crer no Deus onipotente,
onisciente e onipresente. Esse é o primeiro princípio da fé. A primeira condição para que creiamos nas demais qualidades de Deus. Inclusive, é essa
compreensão que fundamenta a de Deus Criador, qualidade essa que veremos na
seção seguinte.
Inserida no conceito de Deus, vejamos a ideia de Todo Poderoso: o Deus onisciente, onipotente e onipresente. Só essa ideia já nos captura a todos, pois, como Deus tudo sabe, tudo vê e está em todos os lugares, somos o seu livro aberto; o seu espelho mais fiel; o seu lugar por excelência. Ele habita em nós e está para nós como gostaria que estivéssemos para ele na mesma relação. Tanto que tudo fez nessa intenção.
Inclusive, enviou-nos Cristo, outra das ideias acerca de Deus: o Deus Pai que nos enviou o seu Filho Jesus Cristo para, por meio dele, orientarmos a nossa vida pela sua ação, realizarmos os seus ensinamentos; assim, alcançarmos a salvação. Essa ideia também nos insere a todos, pois Cristo veio pela vida de todos, e vida em abundância, como ele próprio afirma no seu Evangelho.
A despeito da sua presença entre nós e dos seus ensinamentos, fomos habituados a falar de Deus sobretudo como algo abstrato e distante; algo que não se vê e
não se toca diretamente. Assim é. Mas pouco apresentamos Deus como algo que se materializa e se nos revela por meio da
nossa fé. Pouco dizemos de sua manifestação em nossa vida prática quando o inserimos em nossas ações cotidianas. Pouco dizemos que Deus se manifesta a nós. Assim também é. Mas que aprendamos a observar suas manifestações e com elas conviver. Assim seja! Creiamos!
A ideia de Deus Criador é associada à criação do mundo, do céu e da
terra, do universo em sua totalidade. O mundo com todos os seres nas suas mais
variadas espécies. Vivos e não vivos. Inclusive, o Criador do homem e da mulher
como criação mais importante.
O mundo como criação de Deus corresponde ao ambiente físico ou natural sobre
o qual se constroem todos os saberes ou conhecimento e estruturas de produção
humana. Enfim, corresponde ao que no âmbito das ciências são consideradas
Ciências Naturais ou da Natureza para designar e classificar os estudos nas
áreas da Biologia, Física, Química, Astronomia e Geologia. Todo esse mundo
colocado à disposição do homem e da mulher, os seres mais importantes da
criação divina para os quais e as quais Deus destina a sua atenção especial.
A ideia do Deus Criador está diretamente ligada à ideia do Deus Todo Poderoso. Ao Deus que tudo pode, e tanto pode que pode criar o mundo da forma
como criou e se nos apresenta. O mundo físico como o conhecemos, ainda que em
partes bem diminutas. E se o conhecemos em pequeníssimas partes é devido à nossa própria existência humana efêmera e ao
nosso saber humano limitado que não nos possibilita conhecer o todo. Este,
somente Deus Criador e Todo Poderoso é quem conhece. Inclusive, a criação do mundo certamente foi a
primeira manifestação da onipotência de Deus.
Somente Deus em sua onipotência poderia criar um mundo físico com a
variedade de espécies animais e vegetais e tudo o mais hoje conhecidas e conhecidos sem que se conheça tudo. E distribuídas e distribuídas em
distintos biomas com suas características particulares em meio à biodiversidade de todos os tempos.
Também um universo de homens e mulheres com as mesmas faculdades físicas e
mentais, mas infinitamente diferentes em suas particularidades.
Ao pensarmos no mundo tal qual existe podemos perceber o significado de
Deus como Todo Poderoso e Criador de todas as coisas. Compreendemos a sua
dimensão onipotente e criadora, pois somente um Ser Onipotente poderia ter
criado o mundo com toda essa dimensão e da forma como o criou.
Crê no Deus Criador de todas as coisas é, pois, o segundo princípio da
fé, diretamente ligado ao primeiro e com ele constitui a âncora da fé em Deus.
Somente podemos afirmar a nossa fé em Deus se cremos na sua onipotência e na
sua dimensão criadora; se cremos no Deus Todo Poderoso e Criador de todas as
coisas. São esses princípios da fé que possibilitam os atos de fé em nossa
vida. Compreendendo esses princípios, podemos nos afirmar como crentes
conscientes em Deus; podemos afirmar a nossa fé em Deus com a consciência que ele nos concede. Uma consciência sábia, porque originada em Deus.
Inclusive, essa consciência de Deus Todo Poderoso e Criador de todas as coisas é o que mantém viva a nossa fé. É o meio pelo qual nós reconhecemos Deus como Senhor da nossa vida e compreendemos as suas manifestações em nosso viver.
No entanto, pelo que revelam textos bíblicos, esse reconhecimento constitui desde sempre um grande desafio para Deus em relação à sua criação humana; em
relação à construção e aos destinos da Humanidade. Isto por duas razões:
Primeira razão: ao criar o homem e a mulher, Deus os criou para se constituírem
à sua imagem e semelhança; isto é, para terem as mesmas qualidades de Deus,
porém em grau compatível à limitação humana e excetuando a imortalidade. Em
outras palavras: como mortais, o homem e a mulher não poderiam dispor da
imortalidade do Deus Todo Poderoso; mas poderiam dispor das outras qualidades divinas em conformidade com as limitações humanas. Qualidades
essas a serem vistas noutro conteúdo oportunamente.
Segunda razão: ao criar o homem e a mulher, Deus dotou ele e ela de livre
arbítrio; ou seja, deu à sua criação a liberdade de escolha entre aceitar os ensinamentos de Deus ou seguir suas próprias determinações. Aceitar os ensinamentos de Deus significaria viver pelos princípios da fé; assim, alcançar os
propósitos de Deus na vida humana pela obediência aos seus ensinamentos.
Ao dotar a sua criação humana de livre arbítrio, Deus colocou para si o desafio
de fazer com que a sua criatura o seguisse, em vez de seguir suas próprias
determinações. Seu desejo era que o homem e a mulher o afirmassem como o Senhor
de sua vida; como o Deus Todo Poderoso criador de todas as coisas; por isso o
Deus com o poder de suprir todas as nossas necessidades. Se era esse o seu desejo,
continua sendo, pois o Deus de ontem, é o mesmo de hoje e o de amanhã; e a
Humanidade foi o ontem, é o hoje e será o amanhã enquanto Deus quiser.
Então permanece o desejo de Deus que o compreendamos e o aceitemos como Deus
Senhor de nossa vida, o nosso único e verdadeiro Deus. Para isso, tudo ele fez
para que nós compreendêssemos a sua vontade e o afirmasse e o seguisse.
Inclusive habitou entre nós, assumindo-se ele próprio como seu filho – nosso Senhor Jesus Cristo, o próprio Deus na forma
humana.
A compreensão de Deus Criador nos possibilita entender que aquele que
cria conhece a coisa criada, o produto de sua criação. Logo, pode dispor dessa
criação da forma como lhe convém. Essa compreensão é fundamental para se
entender que somos instrumentos de Deus. Como tal, ele nos usa para encaminhar
a sua ação entre nós. Para fazer as coisas acontecerem conforme as nossas
escolhas. Também conforme a sua permissão e vontade. Essa ação é compreendida
pelo saber humano apenas como ação humana, como se fosse destituída do conhecimento de Deus, de sua vontade superior e poder supremo.
Da mesma forma, a compreensão de Deus Todo Poderoso nos possibilita a
compreensão de que Deus dispõe de uma racionalidade inserida na sua
infinitude temporal e espacial, âmbito no qual ele exerce a infinitude do seu poder
e do seu saber sobre todas as coisas. Somente essa racionalidade divina pode articular
a infinitude temporal e espacial para possibilitar determinados acontecimentos
da vida em determinados tempos e espaços. Inclusive, é nessa infinitude que se
opera a justiça de Deus na sua perfeição porque ele tem o domínio do todo
infinito. Mas somente pela fé é que podemos compreender a racionalidade divina.
Mesmo assim, considerando-se a nossa limitação humana.
Oportunamente, veremos os meios de que se utilizou Deus na instrução
da sua criação humana para que ela aprendesse os caminhos da fé pelos quais
poderia alcançá-lo e o seguir.
Você terminou de conhecer mais um conteúdo do Caminho SMF Fé e Política.
Espero que tenha gostado e continue neste caminho.
A você, meus agradecimentos!
Deus
esteja com você!
Sônia
Ferreira
Teresina,
30 de abril de 2021.
Convite Siga Nós! Por Joina dê-lá Rara: a gatinha guia de conteúdo do caminho SMF Fé e Política. |
Você crê que Deus é Experiência Construída? Reflita com a mensagem nº 2 do quadro Experiência em Deus. Experimente essa construção. |
Construir uma experiência em Deus é inserir Deus em nossa vida,
nas pequenas coisas do nosso dia a dia.
É criar com ele uma relação de proximidade.
Assim, quando precisamos, ele está pronto
a nos atender.
Conheça o projeto ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa. Um projeto social pronto para ser implementado. Um modelo de projeto social que pode atender a suas necessidades. Confira! |
Você está na sequência de conteúdo do caminho SMF Projetos Sociais. Para ver o conteúdo anterior Clique Aqui. Para ver o seguinte Clique Aqui.
Participar de um projeto social de atendimento a pessoas idosas é sempre uma forma de contribuir com essa parcela da população cada vez mais crescente. Com o envelhecimento avançado, as pessoas idosas necessitam de cuidados da família. Por isso, tornam-se cada vez mais necessárias ações que contribuam com a família nesses cuidados.
Veja a seguir um projeto de atendimento a pessoas da terceira idade: ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa um projeto social pronto para ser implementado de forma experimental. Um projeto que contribui também com os cuidadores familiares de idosos e idosas.
Em 2020, iniciei a implementação do projeto em minha comunidade executando apenas uma de suas ações: a realização de visitas domiciliares como espaço de conversação e escuta. Devido à pandemia, as atividades foram suspensas. Passado esse momento de exceção, minha intenção é reiniciá-las.
Apesar de pouco tempo da execução e de pequeno alcance do público-alvo, percebi a possibilidade da sua implementação e da sua importância para as pessoas idosas favorecidas. Eram apenas três senhoras na faixa dos oitenta aos oitenta e cinco anos. Todas de saúde fragilizada e restritas ao ambiente da casa.
Com a publicação do projeto no seu formato técnico, minha intenção é contribuir com o público idoso de alguma forma onde quer que ele se encontre. Para isso, necessário se faz que alguém o implemente em sua comunidade local caso ela se insira na problemática do projeto.
Caso ocorra essa implementação, terei o maior prazer em contribuir com esse processo. Até porque os conteúdos deste caminho SMF Projetos Sociais foram pensados com essa finalidade de discutir temas associados a projetos sociais e contribuir com a implementação dos projetos apresentados.
De outra forma, a estrutura do projeto pode servir de modelo para outros projetos desta ou de outra natureza conforme a causa que você deseja abraçar. Você o toma como modelo e o adapta aos seus objetivos conforme a realidade de sua intervenção. Espero que você compreenda o modo como foi elaborado o projeto. Se não, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em esclarecer suas dúvidas no que me for possível.
O fato de eu apresentar projetos sociais prontos para implementação não quer dizer que eu tenha larga experiência nessa construção. Não tenho. Toda a minha experiência advém dos meus cuidados com a minha mãe e da observação de ambientes familiares com pessoas idosas sob cuidados. O retrato de um parece ser o de todos: a pessoa idosa reservada ao seu mundo próprio. Então um projeto pensado para contribuir com esse público em pelo menos duas ações citadas a seguir.
ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa é um projeto social voltado
para a interação social de idosos e idosas por meio de visitas domiciliares e
para o acesso a produtos de uso preferencial. Visa à melhoria da qualidade de
vida de idosos e idosas ausentes das relações sociais e restritos ao ambiente
domiciliar.
As visitas domiciliares destinam-se sobretudo a pessoas da
terceira idade relativamente saudáveis; idosos e idosas com cognição preservada
e discernimento verbal. Os produtos de uso preferencial destinam-se
principalmente a pessoas da terceira idade com limitações corporais específicas
ou com algum grau de dependência. Nos dois casos, idosos e idosas sob cuidados
de familiares.
O ComCarinho é um projeto voltado para o conforto, a satisfação e o bem-estar
de pessoas da terceira idade cuja situação de vida requeira cuidados especiais.
Também um projeto de fortalecimento da solidariedade entre famílias cuidadoras,
pois incentiva o repasse de produtos reutilizáveis de uma família à outra com
igual necessidade.
É um projeto
que se define ainda como uma ação de ajuda a cuidadores familiares de pessoas
idosas em situação de vulnerabilidades devido a condições próprias do
envelhecimento avançado. É um projeto com atenção especial aos cuidados de prevenção
a agravos, circunstâncias sob as quais se ampliam as necessidades de atenção e segurança.
O projeto ComCarinho
Cuidados com a Pessoa Idosa não dispõe de recursos próprios nem aporte financeiro de quaisquer instituições. Ele foi pensado para manter sua estrutura na construção de uma rede de
colaboradores e colaboradoras pelos quais pretende alcançar os objetivos do projeto por meio de
contribuições voluntárias. Somente com esse apoio suas ações serão possíveis. É um convite a setores da população para se envolver
com ações sociais de ajuda ao público idoso e contribuir com a melhoria da sua
qualidade de vida.
O projeto social
ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa é de autoria e responsabilidade da SMF
Projetos Sociais, que não é organização jurídica. É apenas uma denominação que
representa uma iniciativa pessoal: a iniciativa da pessoa física Sônia M. F.
Lima para abrigar os projetos sociais de sua autoria sem usar o próprio nome; porém,
assumindo a sua responsabilidade e compromisso com a iniciativa.
O propósito da SMF
Projetos Sociais é mobilizar pessoas físicas e jurídicas na construção de uma Rede
de Apoio e Colaboração (RAC) para contribuir com a execução das ações de cada
projeto. Contribuições em termos de
doações financeiras, trabalho voluntário e patrocínio de ações para viabilizar
o alcance dos objetivos. Para contribuir, é necessário cadastro numa das
categorias: colaborador e colaboradora, voluntário e voluntária, patrocinador e patrocinadora.
A SMF Projetos
Sociais se define ainda como uma iniciativa voltada para o estímulo de setores
da população à participação política; também ao engajamento em ações de
natureza social associadas ao interesse público e a necessidades específicas de
determinados setores da população em situação de vulnerabilidades.
Como os demais
projetos da SMF Projetos Sociais, o ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa
também requer a participação da população na Rede de Apoio e Colaboração para
viabilizar a execução de suas ações. Em conteúdo posterior, você poderá observar como se
estrutura o funcionamento do projeto a partir da construção dessa rede. Doravante serão muitos conteúdos relativos a esse projeto, inclusive em relação à sua implementação.
Para conhecer o projeto completo Clique Aqui para download do
arquivo PDF.
Sônia Ferreira
Teresina, 29 de abril de 2021.
Conteúdo do Caminho SMF Quadros e Cores com a Mensagem nº 3 do quadro Compreensão Bíblica sobre realizar a vontade de Deus Pai assim como Jesus Cristo realizou. |
Pela vida de Jesus,
Deus nos revela a sua vontade:
que sejamos obedientes e
cumpridores de seus desígnios como
Jesus o foi;
que afirmemos Deus Pai,
como Jesus o afirmou em todas as
ocasiões.
Jesus nos disse que realizava a
vontade do Pai. Não a sua.
Então se ele realizou,
é o que nós devemos também fazer.
Realizar a vontade do Pai, os seus
desígnios,
como Jesus realizou.
Hb 2, 10-18.
Uma compreensão possível
Compreenda você também!
Veja como a partir de uma ação missionária em
família Deus encontra meios de me mostrar vivências de meus cuidados com minha mãe desde sempre quando eu mesma não os reconhecia. |
Você está na sequência dos conteúdos do caminho Meus Atos
de Fé em Deus. Para ver o conteúdo anterior Clique Aqui. Para ver o seguinte
Clique Aqui.
Este é um conteúdo do caminho Meus Atos de Fé em Deus. Nele relato o realizar de uma ação missionária na casa de dona Xis. Nome fictício de uma senhora idosa que acolhia com bastante satisfação minhas ações em sua casa. Na ação apresentada neste conteúdo, relato circunstâncias familiares que me levaram a imaginar um suposto conflito familiar naquela casa decorrente de uma postura minha que julguei inadequada. Essa postura assim julgada me deixou bastante apreensiva e com um profundo mal-estar interior. Esse conflito culminou com uma ação de Deus em minha vida por meio de uma vivência de meu tempo de estudante.
Nessa vivência ele me fez ver que eu já cuidava de minha mãe ainda na minha adolescência. A partir dessa recordação, outra vivência saiu de minha memória. Era Deus me fazendo ver também que esses cuidados já existiam desde eu menina. Entendi então que a ação missionária naquela família foi o caminho de Deus para ele me trazer respostas a inquietações minhas vivenciadas em meus tempos distantes. Coisas que somente eu sabia. E Deus que tudo sabe. Mas eu não tinha delas a compreensão que naquele momento ele me trazia. Então ele me fazia ver por sua bondade o que certamente era necessário que eu soubesse.
Mas dessa necessidade eu não sabia. Creio que era coisa dos desígnios de Deus, que não estão ao nosso alcance e que compete somente a ele discernir em nosso favor. Conheça a seguir essa história completa e avalie você mesmo e você mesma. Espero que goste desse meu relato!
Conheci dona Xis em minhas ações missionárias na paróquia na qual eu
servia. Uma senhora de alta idade que logo no início me chamou atenção
pela desenvoltura com que articulava as palavras. Pela sabedoria que a revelava
uma pessoa de fé. Por revelar a sua ignorância diante de determinados fatos e
não se sentir incomodada em perguntar. Pelo seu jeito atento de ouvir sempre
com muita atenção e se reportar ao assunto ouvido com a precisão de quem o compreendeu
e nele quer avançar. Uma senhora de muita sabedoria em Deus.
Logo percebi que dona Xis tinha sede de conversa e muito mais de saber. Uma pessoa aberta a aprendizados e dada a um dedo de prosa. E para
mim era sempre um grande prazer conversar com ela. Não tanto pelo que eu levava, mas pelo tanto que eu aprendia também. Inclusive, quando meses
antes eu pensara em deixar a missão, foi o pensar nela e nas outras duas idosas de
minhas visitas o que me fez continuar. Eu sabia que eu podia contribuir com
elas de alguma forma. Não me importava se outros e outras não aceitavam a
missão em suas famílias. Importava que elas aceitavam. E de boa vontade. Afinal, eram pessoas
idosas que certamente passavam pela mesma situação que minha mãe passara: o se
vê sozinha em casa somente na companhia da pessoa cuidadora. O se vê sem alguém
para conversar. E talvez até sem alguém que lhe dispensasse um pouco de
atenção.
Naquele dia, eu estava mais uma vez em sua casa para mais uma ação missionária. Era o cair da noite de um dia que para mim não fora como outro qualquer. Mas o dia do preparo da ação. E preparar a ação missionária era adentrar um mundo não apenas desconhecido para minhas vivências. Mas um mundo que não parava de me mostrar coisas novas. Também um mundo de ações peculiares que somente à medida que eu o adentrava é que sabia do que se tratava.
Eu era novata na missão. Então cada ação vinha
carregada de perguntas cujas respostas eu somente conseguia plenamente no dia
do seu preparo. Aí é que me dava conta do quão grande era aquela missão. Ou do quão pequena eu era para a executar. Era quando eu concluía os preparativos e organizava a sacola com
os pertences relativos àquela ação. Sempre com o olhar do será que está tudo aí? Será que não estou esquecendo nada? Sentia o peito se inflamar no confere e mais confere para não esquecer nada. O perfeccionismo de mim se impondo a
cada ação. Que fosse!
Então mais uma vez dona Xis me recebia em sua casa para mais uma daquelas ações. Daquela vez se tratava das Novenas de Natal e seria aquele o meu primeiro encontro. Ela sempre ornava o local com o esmero de quem conhecia a ação e a aceitava com satisfação e devoção.
Afinal, aquele que eu adentrava com o olhar do novo já era um caminho por demais conhecido por ela. Já me informara de que fora uma das fundadoras da paróquia na qual eu me iniciava e nela se mantivera com participação ativa por muitos anos. Até que as limitações da idade a venceram e a sabedoria a levaram a aceitá-las.
Com as limitações pelo envelhecimento e
por outras circunstâncias, restringia-se então ao seu domicílio. Mas com olhar
atento às missas e a demais atividades religiosas. Especialmente por meio da televisão.
As ações missionárias eram para ela então um alento e uma satisfação.
Naquele encontro, porém, nem tudo saiu a contento. Ou melhor, nada saiu a contento para dona Xis devido a constantes ataques ao silêncio. Ataques que se fizeram ouvir por toda a ação. Nós nos preparávamos para os ritos iniciais quando um carro adentrou a sala requisitando o seu lugar de estacionar no outro extremo de onde estávamos.
O ronco característico daquele motor nos fez parar enquanto descarregavam as sacolas do seu bagageiro. Dona Xis acompanhava aquele movimento com uma certa desaprovação no olhar. Mas no silêncio de quem não ousa interromper algo tão imperativo que chega com a insígnia do tem que ser agora e não pode ficar para depois. Assim aguardamos o levar as sacolas para então continuar.
Concluído aquele descarregar, retomamos os rituais iniciais daquela ação missionária. Mas não demorou muito para logo o silêncio se vê atravessado por barulhos ininterruptos de uma sala ao lado. Crianças brincavam de correr e de pular. Entre um correr e outro, um pular e outro, falas, risos e gargalhadas estouravam no ar.
Pelos sons estridentes que ouvíamos, parecia que elas batiam
em coisas que vibravam no ar. Seus brinquedos certamente. Os olhos de dona Violeta vagavam entre o lá fora
e o lá dentro de casa como em busca de algum socorro naquele instante. Eu
imaginava que ela buscava alguém que pudesse conter as crianças. Mas logo o seu
olhar parava no chão, resignada com os desfechos daquela situação.
Mesmo percebendo o seu desconforto, não recuei nas leituras e explicações. Continuei como se aquela situação em nada me afetasse. Mas dona Xis não participava. Não estava atenta. Não interagia. Era apenas desolação e resignação que eu via. Mas o que mais me chamou atenção foi o fato de não aparecer uma pessoa adulta que repreendesse aquelas crianças; que ao menos lhes dissesse: parem, sua avó está aqui ao lado em oração; ou ainda, parem porque há uma visita. Nem a minha condição de missionária e visitante fora motivo de alguma repreensão àquelas crianças que nem tão grandes eram.
Então eu me dei conta da
insignificância que era aquela ação para os demais membros daquela família.
Mais que isso, da insignificância que parecia ser dona Xis para os seus. Não apenas ela própria, mas também o que ela prezava. Eu já me sentia de coração inflamado.
Já seguíamos para mais da metade da ação quando as crianças se fartaram do momento brincante. Então o silêncio reinou entre nós. Mas antes que o aproveitássemos, novamente emudeceu frente ao som de um pandeiro que começara a adentrar a sala. Um som que começava na calçada e se expandia talvez por toda a casa devido à amplitude do seu agudo.
Dona Xis então apenas meneou a cabeça apoiando o
queixo no cabo da bengala que lhe servia de apoio a uma das mãos. Compreendia
que talvez somente lhe restasse a resignação mesmo. Fora aquele o único
encontro com o qual ela não interagiu de forma alguma. O encontro do seu desconforto e desolação. Também do meu afligir sem saber o que fazer para a confortar. Sem saber o que dizer. Então permaneci
sozinha na minha ação.
Dona Xis continuava alheia ao meu falar. Seus olhos a maior parte do tempo voltados para o chão ou vagando pela casa. Quando paravam nos meus era o desconforto e o desapontamento que eu via. Estava realmente constrangida com o ambiente nada acolhedor que sua família lhe proporcionara naquele encontro.
Mas
não ecoou de sua boca uma palavra que revelasse seu sentimento sobre aquela
vivência. Uma que a constrangia e comigo compartilhada, ainda que à sua revelia. Eu apenas
trafegava entre a pena que sentia por dona Xis e a indignação diante daquelas
cenas. Mas disfarçava a minha indignação para não constranger ainda mais aquela senhora. Por todo o tempo, fingi para mim mesma que estava tudo bem. Embora me sentisse desmoronada! Então hoje sei, eu não estava preparada para vivenciar situação como aquela.
Finalizada aquela ação missionária, eu acabava de deixar a casa quando ao passar pela calçada uma voz me interpelou: “E aí, não veio ninguém?”. Era um dos filhos de dona Xis estranhando o fato de amigas suas não terem comparecido ao encontro. Então respondi sem titubear e até meio agressiva: “Não, não veio ninguém. Se vocês que são da família, que estavam em casa, não participaram, como querer que venha alguém de fora?”.
Eu estava assim meio uma
brasa só! Sem atentar à resposta dele, olhei para o jovem cujo pandeiro
permanecia em suas mãos e perguntei o que ele era de dona Xis. Respondeu
que neto. Então lhe pedi sem nem pestanejar: “surpreende à tua avó, organiza
uma ceia de Natal para ela, chama a tua mãe e organizem. Ela vai ficar muito
feliz.” Ele não disse palavra. Apenas esboçou um sorriso enquanto girava o
pandeiro entre os dedos.
Eu não sabia, mas com aquelas palavras eu acabava de cravar um espinho em meu coração. Comecei a sentir a dor ainda no caminho de volta para casa. Todo o desconforto que eu vira em dona Xis no decorrer daquela ação desaparecia em meus pensamentos. A minha indignação também. Em seu lugar se instalava o arrependimento e o medo. Arrependimento pelo pedido ao neto. Medo das consequências daquele pedido.
Afinal, eu não conhecia aquela família. Era certo
que dona Xis já me havia participado não promover encontros em sua casa por
não ter quem a arrumasse. Inclusive, os encontros que eu lá realizava eram
cercados de cuidados. Ela sempre procurava se certificar se eu iria sozinha.
Era constrangimento para ela não poder arrumar a casa. Então eu lhe
tranquilizava.
Mas creio que isso não me dava o direito de provocar aquela família. Afinal eu não sabia das suas relações. Então aquela noite avançava e me encontrava cada vez mais aflita. Aquele meu pedido se agigantava dentro de mim numa assombração sem fim. Eu imaginava aquele neto conversando com sua mãe. Relatando o pedido que eu lhe fizera. Imaginava sua mãe se voltando contra dona Xis por acreditar que ela comentava as relações da família. Imaginava dona Xis em apuros frente aos seus filhos e filhas por eu ter soltado as palavras além da conta.
Tudo isso se agigantava dentro de mim. E eu via o fogo ganhando
alturas naquela família. Tão alto que me queimava por dentro. Então eu não cessava de pedir a Deus: Senhor, apaga a faísca que
acendi naquela casa. Não deixa que ela incendei aquela família. E nas minhas orações da noite antes de dormir não houve pedido maior.
O dia seguinte ainda me encontrou em meio àquela inquietação. A manhã avançava e eu não conseguia me desligar daquela apreensão diante de Deus em quem eu buscara auxílio. Uma consumição sem fim. Acreditei que eu estava de pouca fé por continuar aflita. Então pedia a Deus também perdão pela minha pouca fé.
Afinal, ao pedir a Deus seja o que for em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, cremos que ele atende ao nosso pedido. Então tiremos de nós aquela preocupação porque ele já a tomou para si e nos dará a resposta no seu tempo devido. Apesar desse saber, eu não conseguia me desligar daquela consumição. Meu peito continuava em chamas. Talvez por isso tudo o que eu conseguia ver ainda naquele dia seguinte era um suposto conflito naquela família motivado por aquele meu pedido.
Eu me encontrava na pia em mais uma dança das mãos entre sabão,
louças e água corrente. Ainda naquela manhã. Em meio àquela aflição, um
pensamento fortuito mas tão forte ganhou ares de palavras e saltou em minha boca: "quem sou eu para cobrar de um jovem cuidados com a mãe quando eu naquela idade
ali...." Ao pronunciar “naquela idade ali”, eis que mais uma vez me cai da memória uma
moldura que se tornava bastante conhecida para mim de outras circunstâncias. Então
sem concluir a frase, um grito ecoou em minha boca: "meu Deus, o Clube de Redação!...
Então vivências de minha época de estudante ganharam forma em minha memória. Eu me vi num corredor em meio a alunos e alunas que se misturavam a outros e outras que saíam de uma sala. Havia uma porta aberta por onde saíam. Eu olhava para aquela porta e me via em meio àqueles e aquelas alunas e alunos. Entendi então que aquelas vivências me levavam ao momento em que eu buscava informações sobre o Clube de Redação.
Mas o que era o Clube de Redação? Uma
das atividades extracurriculares que a escola oferecia aos alunos e alunas a
cada ano letivo. As meninas com jeito de misse ou do tipo bailarina iam
para as ginásticas ou danças da época. As com jeito de atleta ou do tipo perna
longa iam para os jogos nas suas distintas modalidades. E as de qualquer jeito
ou do tipo Deus me livre iam para o Clube de Redação. Era lá que eu pretendia
me encaixar.
Aquela cena me mostrava certamente o momento em que fui à cata de informações sobre aquela atividade. Mas ela não estava entre as recordações que eu tinha daquelas vivências. Lembrava apenas que realmente procurara me informar a respeito. Mas ao saber que aquela atividade levaria a uma ou duas viagens por ano, declinei da minha vontade. Eu via naquelas viagens mais custos para mim. Mais despesas para a minha mãe.
Continuando a minha fala em
meio à minha aflição naquela manhã eu teria concluído: quem sou eu para
cobrar de um jovem cuidados com a mãe quando eu naquela idade também não
cuidava?
Então Deus resgatava para mim vivências que a minha memória nem julgava tão importantes. Tanto que nem as buscava. Mas por elas Deus me fazia ver que eu cuidava de minha mãe desde a minha juventude. Que o prescindir daquela atividade para não a onerar ainda mais era uma ação de cuidado. Uma ação que o agradara.
Mas dessas coisas de agradar a Deus eu não sabia. Daquele corredor e daquela porta aberta eu não lembrava. Mas Deus sabia. E ele não esquece. Tanto não esquece que encontrou um caminho para me fazer ver: a ação missionária em cujo contexto surgiu a aflição que me levaria àquela descoberta. Uma descoberta que me levaria a outras, já que o recordar de uma vivência resgatada por Deus sempre me chegava acompanhada de outras respostas. Então com aquele entendimento eu entendi também muitas outras coisas.
Entendi o porquê de não ter feito a primeira Eucaristia no devido tempo. Era uma pergunta para a qual eu não obtivera resposta e julgava jamais obter. Quando eu olhava para trás, não encontrava nada associado à minha primeira Comunhão. Quando indaguei minha mãe a respeito, ela não lembrava. Então eu acreditava que jamais saberia. Não que isso mudasse algo em minha vida.
Mas apenas estranhava o fato de ter nascido e crescido sob preceitos católicos observados por minha mãe e não ter feito a primeira Eucaristia no me tempo de menina. Minhas irmãs a haviam feito. Minhas primas também. Só eu não.
Então no
recordar daquela vivência e noutras nela carreadas, eu entendi que certamente
não queria onerar a minha mãe. Esse então era um cuidado que me acompanhava
desde menina. Um cuidado ancorado no meu olhar para minha mãe e vê apenas o sofrimento que lhe tirava algum vestígio de alegria que lhe pudesse iluminar o rosto. Deus então me trouxera a resposta que eu julgava jamais saber.
De outra forma, aquelas vivências me fizeram entender também o significado da recompensa de Deus. Entendi que Deus me recompensara na habilidade da escrita. Que o que eu deixara de ter naquele Clube de Redação, ele me dera depois. Entendi então que o escrever com certa habilidade não era mérito meu, nunca o fora, mas dele com sua recompensa. Apesar dos cursos que eu fizera e do meu esforço próprio.
Mas muitos e muitas também fizeram cursos e mais cursos e se esforçaram talvez até mais do que eu, e nem por isso talvez tenham adquirido a habilidade da escrita ou aprofundado os seus conhecimentos a seu respeito. Entendi que os cursos e o esforço próprio são apenas a explicação humana com sua tendência a escamotear Deus em nossa vida.
Estávamos quase no final do ano de dois mil e dezenove. No meu trafegar pelas ações missionárias, eu não tinha uma consciência exata de Deus me movendo naquele caminho. No entanto, ele já me sugerira no ano anterior que a minha ida à paróquia daquelas ações era determinação sua. Eu é que não lembrava. Somente no ano seguinte, é que tudo se elucidaria.
Então eu teceria os fios que me conduziam por todo aquele ano que se findava. E naquele tecer eu encontraria respostas para as minhas aflições que eu julgava sem razões por não saber explicá-las. Então eu entenderia. Era Deus tentando me trazer respostas como aquelas que ele acabava de me mostrar. Entendi o seu caminho na ação missionária para me fazer ver os meus cuidados com minha mãe desde sempre.
Mas por que na ação missionária? Porque aquela ação me levava a ambientes domiciliares. Em levando, permitia-me vê ou perceber de alguma forma as relações familiares. As novas relações que não raras vezes colocam mães, pais, avós e netos no mesmo ambiente de moradia. Algo que eu já não vivenciava nem mantinha relações tão próximas com jovens e crianças.
Mas por que ele me trazia aquelas respostas? Porque em meu parco saber, eu acreditava que meus cuidados com minha mãe se haviam iniciado com o seu envelhecimento e mais ainda com a sua incapacidade. Também porque depois da partida de minha mãe rumo ao Pai foram tantas as manifestações de Deus em minha vida que me fizeram sentir na sua proteção.
Eu me sentia nessa proteção e acreditava que era devido aos meus cuidados com a minha mãe de forma plena. Por isso eu experimentava a sua infinita bondade. Mas esta é a minha explicação humana. E tudo o que é humano é muito limitado. Mas se há outra explicação, Deus é quem sabe. Ele, que tudo vê!
Só mais tarde é que eu entenderia melhor aqueles momentos quando minha leitura bíblica me fez ver em suas linhas que Deus nos recompensa quando fazemos coisas que lhe agradam. Então as façamos!
Noutros conteúdos, relatarei outras manifestações de Deus em minha vida. Permaneça, pois, neste caminho Meus Atos de Fé em Deus!
A
você, os meus agradecimentos!
Deus
esteja com você!
Sônia
Ferreira
Teresina, 25 de abril de 2021.
Epifânio: o guia deste caminho Atos de Fé em Deus. |
Mensagem nº 3 do quadro Citações Bíblicas com o Salmo 32 8-9 sobre Deus Criador de todas as coisas como um dos primeiros princípios da fé em Deus. |
“Tema ao Senhor toda a terra;
reverenciem-no todos os
habitantes do globo.
Porque ele disse e tudo foi
feito,
ele ordenou e tudo existiu.”
Sônia Maria
Ferreira Lima**
Palavras-Chave:
Adam Smith. Tocqueville. Schumpeter. Rawls. Olson. Democracia. Igualdade. Liberdade.
Conduta Individual. Coerção. Status Quo.
As teorias jusnaturalistas dos séculos XVI ao XVIII, que tratam
sobre os fundamentos do Estado moderno, introduzem os conceitos fundamentais
das discussões político-ideológicas da época que se estenderiam aos séculos
seguintes: os conceitos de igualdade, liberdade e propriedade. Os dois
primeiros instituíram-se como os principais pilares da democracia, âmbito no
qual se fortalecem esses ideais.
Porém, a despeito da liberdade como um dos pilares da democracia, o
destaque deste ensaio é sobre o primeiro conceito – o de igualdade –, especialmente
porque, em detrimento da liberdade, foi a igualdade que carreou em seu curso
todos os sentimentos e todas as ideias daquelas épocas (TOCQUEVILLE, 2000),
tornando-se o pensamento particular e dominante que singulariza aqueles tempos.
Em suas origens, quando a liberdade estava apenas nas ideias e nos
gostos, a igualdade “[...] já havia penetrado nos hábitos, tinha se apossado
dos costumes e dado um toque particular às menores ações da vida” (TOCQUEVILLE,
2000, p.117). A liberdade, ao contrário, por ter-se manifestado aos homens em
diferentes tempos e formas, inclusive fora das democracias, não poderia, por
isso, constituir o caráter distintivo dos tempos democráticos. A igualdade, sim.
Inclusive, como ideia dominante que se instituía desde àquelas épocas, os
homens e os poderes que quisessem lutar contra ela – a força irresistível –
seriam derrubados e destruídos por ela, dada à força e à extensão do seu
conceito, que se ampliava em torno dos seus ideais.
Esse entendimento suscita indagações sobre as razões pelas quais os
ideais de igualdade se tornaram tão caros à democracia clássica, a ponto de os
governos não subsistirem sem eles. Questionam-se, pois, as razões que levariam
os governos democráticos, ainda em nossos tempos, a enfatizarem tanto a
igualdade, quando se sabe que, empiricamente, os homens são absolutamente
desiguais. Quais interesses subjazem nesses governos ao empenhar essa
“bandeira”? Que vantagens teriam? São alguns questionamentos que se impõem na
busca de compreensão do fato de os ideais de igualdade assumirem importância
preponderante na democracia em detrimento dos ideais de liberdade.
Na tentativa de respostas para essas questões, parte-se do
pressuposto de que os governos democráticos teriam interesse em uniformizar
comportamentos com vistas à preservação da ordem social. Tal pressuposto
fundamenta-se na teoria dos sentimentos morais de Smith (1999), para quem os
homens são levados a examinar sua própria conduta como imaginam que os outros a
examinariam; se, nessa inversão de lugar e de olhar, conseguem compartilhar as
paixões e os motivos que a determinam, a conduta é aprovada com a sua aprovação
pelos outros; mas, se ao contrário, compartilham a sua desaprovação, a conduta
é condenada. São esses indicativos bastante reveladores de que a conduta
individual é determinada pelo olhar da sociedade.
Ancorando-se nesses pressupostos, este ensaio propõe apresentar
algumas razões que explicariam o interesse de governos democráticos em propagar
os ideais de igualdade, assim como alguns fatores que se poderiam considerar
como possíveis ganhos dos governos ao evidenciar esses ideais.
Na apresentação dessas razões, a argumentação segue dividida em
duas seções. A primeira, refere-se ao ideal de igualdade e suas consequências,
e à coerção social como mecanismo de pressão de que se utiliza a sociedade na
formação da conduta individual. A segunda seção suscita uma reflexão sobre
condutas que evidenciam o diverso e o desigual, porém, escamoteadas pela ênfase
na ideia de igualdade.
Trata-se de um trabalho bibliográfico fundamentado nas ideias de
Smith (1999) e Tocqueville (2000) e complementado com ideias de Rawls (2003),
Olson (1999) e Schumpeter (1983). As
argumentações intercalam as posições dos referidos teóricos observando aspectos
relevantes para as respostas à questão acerca dos ideais de igualdade assumirem
importância preponderante nas democracias. Os argumentos se articulam na
construção de um pensamento que corrobora com o pressuposto pelo qual a
uniformização de comportamentos em prol da preservação da ordem social seria uma
das principais razões de os governos democráticos evidenciarem sobretudo os
ideais de igualdade em vez dos de liberdade.
A democracia pressupõe o estado de
direito no qual os indivíduos são tratados como iguais perante a lei. Essa
condição de igualdade naturalizou-se enquanto ideal nas sociedades modernas. A
democracia, então, fez desse ideal seu estandarte. São vários os autores que teorizaram
sobre os ideais democráticos. Entre estes, Rawls (2003, p. 55) propõe sua
teoria da justiça como equidade para uma sociedade democrática “[...] que não
só professa, mas pretende levar a sério a ideia de que cidadãos são livres e
iguais [...]”. Schumpeter (1983, p. 332), no entanto, considera que o próprio
significado de igualdade é duvidoso “[...] e dificilmente há qualquer garantia
em exaltá-lo como postulado, na medida em que nos movemos na esfera da análise
empírica”. Tocqueville, (2000, p. 115) por sua vez, vê na igualdade uma
possibilidade de males que “[...] se insinuam gradativamente no corpo social;
só são vistos de longe em longe e, quando se tornam mais violentos, o hábito já
fez que não sejam mais sentidos.”
Em detrimento dessas teorizações, o que se analisam neste ensaio
são as razões pelas quais os governos democráticos fazem do ideal de igualdade um
estandarte. Supõe-se que a construção de preceitos morais necessários à coerção
social seria uma dessas razões, pois, assim como os legais, contribuem sobremaneira
para a formatação da conduta individual e, como consequência, da preservação da
ordem societária.
Nesse aspecto, a concepção de individualismo de Tocqueville (2000)
e a teoria dos sentimentos morais de Smith (1999), precisamente no que se
refere à sua concepção de condutas valorativas e condutas reprovativas, trazem
uma contribuição bastante significativa na argumentação. Senão, vejamos. O
individualismo de que trata Tocqueville (2000) leva a um distanciamento entre
os homens proporcionado pela própria ideia de igualdade. O individualismo assim
concebido se conforma às ideias de Smith (1999) quanto ao seu conceito de conduta
valorativa, precisamente na sua assertiva de que os homens, ao se reconhecerem
no outro, no seu semelhante, adotam igualmente a mesma postura de isolamento,
pressupondo que a conduta que observa no seu igual é digna de aplauso e,
portanto, passível de ser tomada como sua própria conduta.
Empenhamo-nos
em examinar nossa própria conduta como imaginamos que outro espectador
imparcial e leal a examinaria. Se, colocando-nos em seu lugar, conseguimos
compartilhar inteiramente as paixões e motivos que a determinaram, nós a
aprovamos por simpatia com a aprovação desse suposto eqüitativo juiz. Se, ao
contrário, compartilhamos sua desaprovação, condenamos essa conduta (SMITH,
1999, p. 140).
Essa preocupação com o “olhar do
outro” expressa o quanto a sociedade exerce pressão sobre a conduta individual,
tornando-a suscetível à aprovação ou vulnerável à censura, o que se realiza
conforme os valores vigentes. O individualismo configura-se, então, como um
valor aprovado pela sociedade; logo, um valor compartilhado por todos; um valor
legítimo, assim como a própria ideia de igualdade que o proporciona.
Depreende-se desse fato que os governos de Estados democráticos,
ao tentarem legitimar uma ideia, partem do princípio de que os homens
naturalmente têm necessidade de aprovação de sua conduta a partir do olhar de
seus semelhantes. Logo, percebem ser próprio do homem a preocupação em saber em
que medida seu comportamento merece ou não aplauso ou censura. Com essa compreensão, veem na preocupação com
os outros a possibilidade de os homens examinarem suas próprias paixões e
condutas. Assim, considerar o que estas pareceriam aos outros pensando o que a
ele próprio pareceria caso estivesse em seu lugar.
Assim como Smith (1999, p. 139), consideram esses governos que “o
princípio pelo qual naturalmente aprovamos ou desaprovamos nossa própria
conduta parece em tudo igual ao princípio pelo qual formamos juízos semelhantes
a respeito da conduta de outras pessoas”. Assim, da mesma forma que os homens
desejam naturalmente ser amados, temem ser odiados. Mas não apenas isso, pois também
desejam tanto serem amáveis como temem igualmente serem odiosos. Se por um lado
então os homens desejam ser “[...] objeto natural e apropriado de amor”, por
outro temem “[...] ser objeto natural e apropriado de ódio” (SMITH, 1999, p.
143).
Considerando-se a veracidade dessas proposições, é possível se
inferir que os governos democráticos procuram enfatizar os ideais de igualdade por
perceberem que com eles podem fomentar condutas que afirmem os valores que
pretendem legitimar. Daí por que Tocqueville se reporta aos males, efeitos e
consequências que a extrema paixão pela igualdade proporciona aos homens que
vivem sob os governos democráticos. Considera que o individualismo surge como
primeira consequência desse ideal, além do amor pela própria igualdade, que a
torna mais desejada do que a liberdade e que os homens a têm como uma conquista
“[...] e se prendem a ela como a um bem precioso que querem lhes roubar”.
(TOCQUEVILLE, 2000, p. 116). Individualismo esse que, segundo ele, tem sua
origem na própria democracia e se instala entre os homens à medida que se
igualam as condições de existência.
É nesse sentido que a ideia de igualdade exerce um papel
fundamental nos governos democráticos, pois é a partir dela que se legitimam
condutas e valores voltados a interesses que fortalecem a manutenção da ordem social
em detrimento de sua transformação. Com vistas a uma melhor compreensão desse
processo, as concepções de condutas louváveis e condutas reprováveis de Smith
(1999) contribuem para as análises que se empreendem a partir de agora, de modo
que se percebam mecanismos pelos quais os ideais de igualdade propagados por
governos democráticos conseguem formatar condutas individuais. Através destas,
esses governos tendem a reforçar valores que reafirmam o status quo e, ao mesmo tempo, a neutralizar ações que possam levar
a sua transformação.
Podemos compreender então que a ideia de igualdade é disseminada
entre os indivíduos conforme o comportamento que se deseja obter deles. Nesse
caso, aos governos é salutar o comportamento comedido, de paixões controladas
seja pelo próprio indivíduo ou pelas normas instituídas. No caso de paixões autocontroladas,
os governos são levados a reforçar positivamente os indivíduos, levando-os a
ações que se desejam legitimar ou que já se tenham naturalizado como valores vigentes
numa determinada ordem. É nesse aspecto que o “olhar do outro” assume
importância central como mecanismo de coerção, quando a conduta individual é
influenciada ou determinada pela conduta do semelhante, ou seja, pela própria
sociedade.
Ansiamos
por saber em que medida merecemos sua censura ou aplauso, e se perante elas necessariamente
mostramo-nos tão agradáveis ou desagradáveis como elas perante nós. Começamos,
pois, a examinar nossas próprias paixões e conduta, e considerar o que devem
parecer aos outros, pensando o que a nós nos pareceriam se estivéssemos em seu
lugar. Supomo-nos espectadores de nosso próprio comportamento, e procuramos
imaginar o efeito que, sob essa luz, produziria sobre nós (SMITH, 1999, p.
141).
Smith (1999) expressa a
necessidade de o indivíduo se afastar ou se distanciar de si mesmo e se colocar
no lugar do outro que o olha, de modo que ao se enxergar, possa identificar
suas predisposições espirituais. Revela assim que é preciso a inversão do olhar
para que se imagine olhado ou visto do ponto de vista do outro. Com essa
inversão, o outro que olha se torna o próprio espelho do que é olhado, levando
este a se interpelar e a se questionar a partir dele.
No entanto, com essa possibilidade de se vê através do outro, os indivíduos
adquirem também a capacidade de “filtrar” as informações sobre si mesmo,
tomando apenas o que lhes é significativo e “bom”. E neste caso recaem sempre
no que lhe afirmam os valores da ordem vigente. Acontece, porém, que ao se
enxergar no seu igual, pode até não ser tão difícil reconhecer as qualidades
externas, aquelas relativas ao corpo; mas não tão fácil reconhecer e aceitar as
internas, as qualidades relativas ao espírito. Quanto a estas, uma vez
reconhecidas, a tendência é tomar para si somente as paixões passíveis de serem
valoradas e aprovadas socialmente; e negar ou escamotear aquelas que são vistas
como indesejáveis ou reprováveis, porquanto recebem o repúdio da coletividade.
Logo, quando o indivíduo se conduz conforme os valores legitimados
na sociedade, tem a aceitação dos seus semelhantes; por conseguinte, a sua própria
satisfação. Do contrário, obtém a censura. É assim que se estabelecem os
preceitos morais necessários à coerção social, à medida que os indivíduos incorporam
ao seu universo cognitivo as condutas suscetíveis de louvor e rejeitam as
passíveis de censura.
Para melhor compreensão do que foi exposto, acompanhemos a
seguinte ilustração: ao observarmos a conduta das pessoas em relação a ações
consideradas “positivas”, como por exemplo o assédio das fãs a um atleta
vencedor de competições; ou, por outro lado, ao observarmos a conduta das
mesmas pessoas em relação a ações consideradas “negativas” ou demasiado
depreciativas como a prática de um crime, por exemplo, podemos nos deparar com
duas formas distintas de posicionamento das mesmas pessoas em relação à
igualdade.
No primeiro caso, pode não haver nenhuma resistência das pessoas
em se espelhar no outro, no atleta vencedor; pelo contrário, a identificação pode
ser até imediata, vez que a ação por ele praticada é louvável; por isso,
desejável para os que compartilham esse valor. Podemos verificar então que,
quando a ação é louvável, a identificação é imediata, como se o desejo fosse imanente
àquela ação; por isso, não há nenhuma resistência em assumir a condição de
igualdade em relação ao atleta vencedor. A reflexão diante do “espelho” diz: a
conduta dele é louvável e como sou igual a ele também posso tê-la. Assim, a ideia
de igualdade serve para reforçar a conduta e disseminá-la na sociedade, seja
uma conduta louvável e por isso merecedora de reprodução; ou uma conduta reprovável
e por isso merecedora de repulsão ou negação.
Ocorre, porém, que o mesmo não acontece quando se verificam ações consideradas
“negativas”, como no segundo caso, condutas de natureza depreciativa ou
desprezível. Pelo contrário, estas tendem a ser rejeitadas, pela seguinte
razão. Assim como o amor e a admiração que os indivíduos concebem naturalmente
por alguns semelhantes, da mesma forma o ódio e o desprezo levam os indivíduos
a temerem a simples ideia de se parecer, ainda que nos mínimos aspectos, com aqueles
que praticam ações passíveis de ódio e desprezo (SMITH, 1999). Se a conduta se
associa ao amor e à admiração, os indivíduos são inclinados ao desejo de se
tornarem objetos desses sentimentos; se associada ao ódio e ao desprezo, o
desejo é de afastamento ou repulsão. Constata-se
essa situação pelo fato de que
Quando
criou o homem para a sociedade, a natureza o dotou de um desejo original de
agradar, e de uma aversão primária a ofender seus irmãos. Ensinou-o a sentir
prazer com a opinião favorável destes, e a sofrer com sua opinião desfavorável.
Tornou a aprovação dos semelhantes em si mesma muito lisonjeira e agradável a
ele, e sua desaprovação muito mortificante e ofensiva (SMITH, 1999, p. 146).
É por isso que em se tratando do
segundo caso, ao contrário do primeiro, embora reconhecendo no autor do crime
um igual, não há identificação das pessoas em relação a ele, mas a repulsa e o
desejo de afirmar a diferença. Neste caso, se por um lado “tememos a ideia de
fazer algo que nos possa tornar objetos justos e adequados de ódio e desprezo
de nossos semelhantes [...]” (SMITH, 1999, p. 147), por outro, reforçamos
aquela conduta “negativa” e reprovativa na sociedade mais ampla. Podemos
inferir então desse fato que em relação às paixões “negativas” ou reprovativas
a conduta de quem as realiza é reprovada não apenas por tê-las praticado em
prejuízo de outrem, mas também porque denuncia publicamente aquela
característica ao conjunto dos homens, uma característica que devido ao seu
caráter “negativo” não se deveria ter revelado. Ao tornar pública uma conduta
“negativa” é como se o indivíduo estivesse rompendo o pacto, tacitamente
firmado, pelo qual só o louvável merece ser dito ou mostrado.
Os governos democráticos, portanto, ao levantarem a “bandeira” da
igualdade, reforçam entre os indivíduos condutas que evidenciam valores já
arraigados ou que desejam legitimá-los. Assim, contribuem para a construção ou
preservação de mecanismos de coerção que modelam o comportamento dos
indivíduos, favorecendo a manutenção da ordem social independentemente de sua
regulamentação. Entretanto, não significa que poderiam prescindir dos
mecanismos legais, mas tão somente que estes seriam menos necessários quanto
mais as condutas individuais fossem devidamente formatadas pela coerção social.
Nesse processo de legitimação de
comportamentos, a experiência e a imaginação contribuem significativamente. A
experiência mostra as medidas de conduta a serem respeitadas ou rejeitadas,
levando os homens a refletirem sobre a conveniência de seu próprio
comportamento quando com prazer ou vergonha relembram cada parte desse
comportamento (SMITH, 1999). Pela experiência, os homens naturalizam as
condutas louváveis e as reprováveis, que passam a ser identificadas no conjunto
da sociedade.
Por conseguinte, sabendo que os
sentimentos suscitados pelas condutas são efeitos naturais e comuns, os homens
associam esses efeitos em sua imaginação e adquirem o hábito de concebê-los
como algo que se deveria seguir natural e apropriadamente através da imaginação
(SMITH, 1999). É assim que esta possibilita o exame da própria conduta ao supor
o modo como o “olhar do outro” a examinaria.
Porquanto o ideal de igualdade esteja baseado em princípios
pautados na aprovação ou reprovação de uma ação, os homens são naturalmente levados
a adotarem condutas que reafirmem o desejo de agradar. Por conseguinte, uma vez
que se tenha a conduta individual pautada em tais pressupostos, a consequência
imediata que se poderia verificar seria com relação aos níveis de integração
social. Níveis baixos poderiam supor que os ideais de igualdade ou não estão
suficientemente naturalizados nas práticas diárias ou os “modelos” de conduta
louváveis são diminutos em relação aos reprováveis.
Em quaisquer dos casos, a fragmentação ou corrosão das relações
sociais seria uma possibilidade iminente, comprometendo, assim, a manutenção da
ordem societária. Para impedir tal situação, caberia então aos governantes a
função de reforçar os ideais de igualdade e/ou de ampliar os mecanismos legais.
Neste segundo caso, porém, a medida serviria antes para reafirmar a condição de
fragilidade das relações sociais mais do que para afirmar o seu fortalecimento.
A seção precedente sugere que os ideais de igualdade tendem a
moldar condutas individuais reafirmando valores vigentes na sociedade. Se por
um lado esses ideais reforçam as condutas aprovativas, por outro evidenciam
também as repulsivas. Sugere também que a ênfase dos governos democráticos
nesses ideais cumpre a função de reforçar os mecanismos de coerção social, os
quais favorecem a manutenção do status
quo.
Considerando, porém, que enquanto se afirma o igual também se evidencia
o desigual e o diferente, esta seção analisa circunstâncias que revelam
situações não tão evidentes e que tendem a passar despercebidas quando se
propagam ideais de igualdade.
O próprio Tocqueville (2000, p. 365) chama atenção para o fato de
todo governo central gostar da uniformidade por lhe poupar “[...] o exame de
uma infinidade de detalhes de que teria de se ocupar, se tivesse de estabelecer
a regra para os homens, em vez de colocar todos os homens indistintamente sob a
mesma regra.” Esta afirmação deixa a compreensão de que é salutar aos governos uniformizar
comportamentos devido a sua própria limitação em cuidar da diversidade. Podemos
compreender, então, que os ideais de igualdade terminam por cumprir o papel de
escamotear as diferentes necessidades e interesses.
Por outro lado, também se tem a compreensão de que esses ideais
são da mesma natureza dos ideais de bem comum, de vontade geral, de
coletividade. No entanto, “[...] mesmo que um bem comum suficientemente
definido [...] se mostrasse aceitável para todos, isso não implicaria respostas
igualmente definidas para as questões isoladas” (SCHUMPETER, 1983, p. 315), uma
vez que
[...]
não existe algo que seja um bem comum unicamente determinado, sobre o qual
todas as pessoas concorrem ou sejam levadas a concordar através de argumentos
racionais. Isso se deve, basicamente, não ao fato de algumas pessoas poderem
desejar coisas diferentes do bem comum, mas ao fato muito mais fundamental de
que, para diferentes indivíduos e grupos, o bem comum está fadado a significar
diferentes coisas (SCHUMPETER, 1983, p. 314).
Exatamente pela impossibilidade
dos governos de dar respostas diferentes a diferentes indivíduos é que os
ideais de igualdade cumprem a função uniformizante como meio de neutralizar as
diferenças. Assim, teriam menos dispêndio em relação ao trato particular a
diferentes indivíduos na sua heterogeneidade. Tal assertiva se torna mais
elucidativa em se observando o seguinte exemplo: uma política pública unitária
e indiferenciada que vise a todos os indivíduos indistintamente levaria os
indivíduos que dela não necessitam a se excluírem voluntariamente, ficando a
descoberto outra possível necessidade na mesma área. Mas isso não seria visto
de imediato, devido à visão escamoteante do “igual para todos”. Um exemplo
seria a política do Sistema Único de Saúde (SUS) que, embora universal, ainda
assim não atende a todos os setores da população. Outro exemplo refere-se à
coleta compulsória de tributos. Nesse caso, é possível observar que
Os
benefícios ou serviços mais elementares proporcionados por um governo, como
defesa militar, proteção policial e o sistema de lei e ordem em geral, são
benefícios ou serviços que alcançam a todos ou praticamente a todos na
nação. Seria obviamente inviável, caso
fosse possível, negar a proteção das forças armadas, da polícia e dos tribunais
àqueles que não pagassem voluntariamente sua parte dos custos governamentais com
esses serviços, e os impostos são, portanto, necessários (OLSON, 1999, p. 26).
Ocorre, porém, que mesmo que esses
benefícios não sejam efetivados também não o são requisitados prontamente pelos
grupos de beneficiários; exceto em situações específicas e esporádicas em que determinados
grupos os resolvam requisitar. Além disso, o recolhimento de impostos já parte da
ideia de igualdade; da ideia de que uma vez que todos podem igualmente se
beneficiar desse direito, em contrapartida teriam igualmente as mesmas
obrigações. Propaga-se então a ideia de que todos contam igual; que todos estão
sob a mesma medida; por isso, dispõem dos mesmos direitos, ainda que estes lhes
imponham também as mesmas obrigações.
Entretanto, é exatamente pela impossibilidade da efetivação de
contribuições voluntárias, que se fazem necessários pagamentos compulsórios
como os impostos, já que
[...]
apesar da força do patriotismo, do apelo da ideologia nacional, dos laços de
uma cultura comum e da indispensabilidade da lei e da ordem, nenhum Estado
importante na história moderna foi capaz de se sustentar através de cotas ou
contribuições voluntárias (OLSON, 1999, p. 25).
Verifica-se, assim, que os governos dispõem de variados apelos
baseados nos ideais de igualdade. Apelos que levam os indivíduos a se
subordinarem às suas normas. Se não se subordinam voluntariamente pelos apelos
morais ou ideológicos, o fazem pela força, pelo pagamento compulsório de
impostos. Mas mesmo neste caso também está presente a ideia de igualdade,
quando na definição das alíquotas não se consideram os diferentes segmentos da
sociedade com suas condições socioeconômicas diferenciadas. Iguala-se a todos e
a todas numa alíquota única e nessa alíquota se instala a injustiça.
Observemos essa situação tanto no Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) quanto nas tarifas de transportes coletivos. Nesses casos,
setores populares com baixos níveis de renda terminam por contribuir mais do que
setores com rendas mais elevadas. Ainda que se relativizem cada caso em termos
percentuais em relação aos níveis de renda.
Tanto o imposto quanto as tarifas atendem a setores indistintos da
população nas mais variadas modalidades de vida. Taxados com alíquotas iguais, levam
a todos e a todas a pagar o mesmo valor ou um valor equivalente à sua renda. Mas
um valor X para quem dispõe de muito pode ser inalcançável para quem nada
dispõe ou dispõe de pouco. Tem-se então a injustiça instalada na alíquota única.
No entanto, mesmo evidenciando a injustiça, esta tende a não ser
questionada pelos setores das rendas baixas, ainda que se saibam prejudicados.
É assim que faz todo o sentido a advertência de Tocqueville (2000, p. 115) ao
afirmar que
os
males que a extrema igualdade pode produzir só se manifestam pouco a pouco;
eles se insinuam gradativamente no corpo social; só são vistos de longe em
longe e, quando se tornam mais violentos, o hábito já fez que não sejam mais
sentidos.
Com o exemplo, é possível perceber
que, em se tratando de políticas generalizantes ou universais, a ideia de igualdade
termina por excluir determinados setores da população. Todos recolhem o
imposto, mas considerando que o governo não investe o suficiente nessas
políticas de modo a legitimá-la em toda a sua abrangência, aqueles que não se
sentem contemplados pelos serviços disponibilizados são levados a se excluírem
“voluntariamente” do grupo beneficiário, e procurar (ou não) alternativas que atendam
às suas necessidades.
De outra forma, Olson (1999) chama atenção para o fato de um
benefício coletivo não ter o caráter generalizante, pois
Um
benefício coletivo dirige-se a um determinado grupo de pessoas, outro benefício
coletivo dirige-se a outro grupo; um pode favorecer o mundo inteiro, outro só a
duas pessoas. Além do mais, alguns benefícios são benefícios coletivos para os
membros de um determinado grupo e ao mesmo tempo benefícios privados para os
membros de outro grupo, porque alguns indivíduos podem ser impedidos de
desfrutar daquele benefício e outros não podem. (OLSON, 1999, p. 26. Rodapé).
Com relação aos excluídos de uma
política, considere-se, como exemplo, o caso da universidade pública, que é um
benefício coletivo universal, mas termina por favorecer a grupos determinados
em detrimento de outros de igual direito. Supondo-se, pois, que um indivíduo
das classes menos favorecidas, uma vez aprovado em vestibular, sinta-se
impedido de frequentar a universidade devido às suas limitações financeiras, é
uma evidência de que suas necessidades são diferenciadas, necessitando,
portanto, de uma política que o atenda em suas necessidades específicas. Percebe-se,
então, que, embora os governos disponibilizem uma política ampla com fins
universais, nem todos conseguem se beneficiar dela.
Conclui-se, então, que a ideia de igualdade, mesmo evidenciando as
diferenças, possibilita ao governo não elaborar políticas diferenciadas que
possam atender a grupos diversos, a não ser que seja provocado por esses
grupos. Ainda assim, sem garantias de efetivação. Mas, uma vez que não as
realize, também não o será penalizado por essa negação.
Este ensaio identificou algumas razões por que governos
democráticos tendem a focalizar os ideais de igualdade em detrimento dos de
liberdade, evidenciando os interesses subjacentes nesse procedimento. O estudo
realizado possibilitou a discussão de algumas questões sintetizadas abaixo.
a) O ideal de igualdade cumpre a
função de reforçar ações e condutas louváveis e inibir as reprovativas ou
indesejáveis. Por isso, exerce papel fundamental nos governos democráticos,
pois é a partir delas que se legitimam valores que concorrem para a manutenção
de uma determinada ordem.
b) O individualismo é a primeira
consequência do ideal de igualdade; tem sua origem na democracia, e se instala
entre os homens à medida que se igualam as condições de existência. Proporciona
o distanciamento entre os homens, levando cada um a cuidar de si sem
preocupação com a coletividade. Configura-se como um valor legítimo na
sociedade e por isso um valor compartilhado por todos, pois cada homem ao se
reconhecer no seu semelhante, adota igualmente a mesma postura de
distanciamento por considerar essa postura uma conduta louvável.
c) Ao focalizar a igualdade, os
governos democráticos partem do princípio de que os homens têm naturalmente
necessidade de aprovação de sua conduta pelo que percebem que os seus
semelhantes a avaliam. Por isso, a percepção do outro sobre a conduta
individual assume importância central como mecanismo de coerção. Mas os
indivíduos desenvolvem a capacidade de filtrar somente as paixões louváveis, e
rejeitar as indesejáveis ou reprováveis, uma vez que estas tendem a atrair o
repúdio da sociedade.
d) Na legitimação de condutas
louváveis e reprováveis, a experiência e a imaginação contribuem com o processo
de naturalização, tornando-as identificáveis e desejáveis ou repulsivas no
conjunto da sociedade.
e) Ao governante é preferível enfatizar
a uniformidade, pois esta lhe poupa “[...] o exame de uma infinidade de
detalhes de que teria de se ocupar, se tivesse de estabelecer a regra para os
homens, em vez de colocar todos os homens indistintamente sob a mesma regra” (TOCQUEVILLE,
2000, p. 365).
f) Os
ideais de igualdade têm um caráter uniformizante com tendência a
neutralizar as diferenças; daí o empenho dos governos em propagá-los pela
impossibilidade mesma de dar respostas diferentes a diferentes indivíduos. É o
que se verifica no caso de algumas políticas públicas: homogeneízam-se os
indivíduos em torno de uma política unitária e indiferenciada ainda que não
contemple a todos.
Considerando-se que são estas as razões por que os governos
democráticos se empenham tanto em expressar os ideais da igualdade,
pressupõe-se que, em última instância, subjaz o desejo de impedir a
manifestação dos ideais de liberdade, pois são esses que concorrem para o
questionamento da ordem estabelecida. Enquanto a igualdade surge aos homens a
partir das normas e, assim, como manifestação externa, a liberdade, ao
contrário, nasce do próprio homem. É manifestação interna que, antes de se expressar
objetivamente, manifesta-se no desejo. É por isso que, enquanto a igualdade já
se havia apropriado dos costumes e penetrado nos hábitos, “[...] a liberdade
estava apenas nas ideias e nos gostos [...]” (TOCQUEVILLE, 2000, 117); ou seja,
manifestava-se no desejo e como consequência dos males produzidos pela
igualdade, que “[...] só se manifestam pouco a pouco [...] [e] se insinuam
gradativamente no corpo social” (TOCQUEVILLE, 2000, p. 115). Daí por que a
liberdade “[...] ter-se manifestado aos homens em diferentes tempos e formas,
inclusive, fora das democracias [...]” (TOCQUEVILLE, 2000, p. 117), porque ela
é própria do homem e não nasce das opiniões, usos e leis como a igualdade.
THE IDEAL OF EQUALITY IN DEMOCRACY:
STATUS QUO POSSIBILITY CONDITION?
Abstract: This essay presents some answers to the following questions: what are the reasons that would lead democratic governments to emphasize the ideals of equality instead of freedom, when it is known that, empirically, men are absolutely unequal? What are the underlying interests in the propagation of these ideals? What advantages would governments have when they do this? In the search for these answers, Aléxis de Tocqueville's (2000) conceptions about equality and individualism were fundamental; and those of Adam Smith (1999) on moral feelings, precisely in relation to commendable and reprehensible conduct. The first section focuses on equality and the consequences of that ideal. It refers to the formation of individual conduct and reveals how society exerts pressure on this formation. The second section refers to the diverse and the unequal, and to the conducts that the ideals of equality presuppose, but which are not shown. As an essay, it is a bibliographic work with its own arguments. The argument is based on central ideas based on Smith and Tocqueville to which the positions of authors such as Joseph Schumpeter (1983), John Rawls (2003) and Mancur Olson (1999) are interspersed. It proceeds with the construction of ideas that oppose or that agree, but always in the search for answers that enable an understanding of the proposed themes. The answers to the proposed questions suggest that the interest of democratic governments in emphasizing the ideals of equality instead of those of freedom is to favor the maintenance of the current order based on the uniformity of behavior with a view to subordination. For that, it becomes essential to prune the ideals of freedom because they are supposed to be the ones to contribute to the questioning of the order.
Keywords: Adam Smith. Tocqueville. Schumpeter. Rawls. Olson. Democracy. Equality. Freedom. Individual Conduct. Coercion. Status quo.
OLSON, Mancur. Uma teoria dos grupos sociais e das organizações.
In:______. A lógica da ação coletiva:
os benefícios públicos e uma teoria dos grupos sociais. São Paulo: EdUSP,
1999. p. 17-64.
RAWLS, John. Princípios de justiça. In:______. Justiça como equidade. São Paulo:
Martins Fontes, 2003. p. 55-112.
SCHUMPETER, Joseph A. A doutrina clássica da democracia.
In:______. Capitalismo, socialismo e
democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. p. 313-335.
SMITH, Adam. Teoria dos
sentimentos morais. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
TOCQUEVILLE, Aléxis. A democracia na América:
sentimentos e opiniões. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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conteúdo do Caminho Neura Científica.
Espero que tenha gostado e acompanhe
os conteúdos da sequência.
*Trabalho
apresentado originalmente à disciplina Teoria Política do Curso de Mestrado em
Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí sob a orientação da
professora Drª Guiomar Passos, visando à avaliação de desempenho na disciplina.
Teresina, 2007.
**Mestre em
Políticas Públicas pela Universidade Federal do Piauí (Teresina, 2009).
Licenciada em Filosofia pela mesma Universidade (Teresina, 1998). E-mail:
soniaferreira.smf@gmail.com
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