sábado, 7 de agosto de 2021

Era uma vez uma sociedade corrompida e sem Deus

Imagem com a gata Diamantina deitada de patas pro o ar se referindo ao conteúdo “Era uma vez uma sociedade corrompida e sem Deus”
Neste conteúdo refiro-me a uma sociedade corrompida porque deslumbrada com os ensinamentos do mercado e distanciada dos ensinamentos de Deus. Será que qualquer semelhança entre ela e a nossa seria mera coincidência? Veja e opine!

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ERA UMA VEZ UMA SOCIEDADE CORROMPIDA E SEM DEUS

 

Era uma vez uma sociedade muito dividida entre ricos e pobres e bastante corrompida. Essa sociedade vivia longe dos preceitos de Deus e por isso se corrompia. Construiu suas estruturas materiais e humanas de tal forma a beneficiar os ricos e os manter sempre mais ricos e os pobres sempre pobres e até cada vez mais.  Construiu a polícia como estrutura de proteção dos ricos e de repressão dos pobres sob a ideia de que eles seriam mais propensos ao crime. Sob essa ideia os ricos olhavam os pobres com medo e com estranheza como se fossem gentes de outra espécie e prontos a lhes pilhar.  Viviam então entre o medo e a insegurança. Então construíram muros fortificados como meio de se proteger de possíveis pilhadores.

Mesmo assim, essa sociedade evoluiu muito em ciência e tecnologia. Tornou-se tão evoluída que as pessoas terminaram se perdendo em meio a tanta evolução. E se perderam porque o humano não havia se desenvolvido na mesma medida. As pessoas haviam se afastado de Deus ou nunca procuraram dele se aproximar. Assim priorizaram a evolução material em vez da evolução humana. Não deram chances para o humano se aperfeiçoar e crescer em Deus.

Então se perderam porque em vez de seguir os ensinamentos de Deus as pessoas preferiram continuar com os ensinamentos do mundo. E quem detinha o conhecimento do mundo era o mercado do capital. Preferiram seguir então os ensinamentos do mercado de capital, que fez crescer a ciência e a tecnologia para melhor dominar o mundo. Então as pessoas tornaram os produtos da evolução científica e tecnológica os seus mais novos ídolos, os seus verdadeiros tesouros, a sua mais deslumbrante fonte de encantamento. E isso tornava o mercado do capital muito feliz e as pessoas cada vez mais distantes de Deus.

Satisfeitas com seus resultados, a ciência e a tecnologia não paravam na sua intenção de tornar as pessoas cada vez mais encantadas com seus produtos. E as pessoas não paravam de se maravilhar com os avanços crescentes de uma e de outra. Tudo se recorria à ciência e à tecnologia. Não a Deus. As pessoas pareciam já não dispor de conhecimento próprio sobre nada e para nada. Só se agia se alguém da ciência dissesse o que fazer. Só se agia sob os preceitos da ciência e da tecnologia. Então Deus perdia cada vez mais o seu lugar nessa sociedade porque não queriam saber do seu saber nem do seu poder.

Tornou-se então a sociedade dos especialistas e das especialistas. Cada um e cada uma querendo saber mais do que a outra e do que o outro. Cada qual querendo destacar mais o seu saber. E no meio disso tudo as pessoas cada vez mais encantadas porque a vida havia se tornado muito fácil e já não se esperava tanto para satisfazer uma necessidade. Salvo quem não tinha dinheiro. Tudo à palma da mão e muito rápido. Pelo menos para quem tinha dinheiro. Por isso, os ricos eram o público preferencial da ciência e da tecnologia porque eram os primeiros a usufruir dos produtos lançados de primeira mão. Os primeiros e muitas vezes os únicos. Mas os pobres também seguiam mesmo no arrasto e exposição de suas carências porque a tecnologia os obrigava de qualquer jeito. Ninguém podia escapar de seus tentáculos.

No entanto, quanto mais essa sociedade evoluía na ciência e tecnologia mais as pessoas se perdiam e se degradavam e não se reconheciam como seres da mesma espécie. Tanto ricos quanto pobres. Os ricos pelos excessos, os pobres pela carência e desejo de ter. Um desejo cada vez mais potencializado pelo mercado do capital que criava necessidades inacabáveis para pobres e ricos. Para isso a ciência e a tecnologia lhe serviam muito bem. Eram as suas galinhas dos ovos de ouro que não paravam de lançar produtos no mercado com lucro garantido porque assim assegurava a pseudonecessidade.

E diante das falsas necessidades do mundo as pessoas não sentiam a verdadeira necessidade de Deus. Não era ele a fonte de encantamento. Não era ele a fonte de saber e poder. Mas sim o mercado do capital por meio da ciência e da tecnologia e seus produtos lançados. Inclusive, a potência desses produtos estava no encantamento, no deslumbramento das imagens e da facilidade de acesso a novos produtos e a novas possibilidades e estilos de vida.

Essa potência gerou muita satisfação ao mercado do capital porque a um só tempo e de uma única forma ele ganhou as pessoas por meio de um único produto de mobilidade e manuseio fáceis. Um veículo na palma da mão e no qual se conectavam todos os outros produtos e se sabia de tudo e de todos a um toque dos dedos. Um veículo pelo qual se viam e se ouviam mais as pessoas de longe do que as de perto.

As pessoas de longe se tornavam desconhecidas, quando já não eram; e as de perto, invisíveis; também quando já não eram. Mas as pessoas já tinham o hábito da invisibilidade e da indiferença do outro. Já estavam acostumadas a não se importar com mais ninguém que não elas mesmas. A evolução da ciência e da tecnologia apenas acentuou os seus modos muito humanos de viver sem o conhecimento dos outros, sem o conhecimento de Deus.

Contentavam-se então em ver e ouvir à distância tudo de bom e de alegre, sorrisos estampados em rostos imagéticos, a felicidade de todo mundo como extensão da sua própria e do próprio encantamento. Mas sem saber se o que viam ou ouviam era verdadeiro ou falso porque não percebiam expressões de morte interior, nem olhar desviante, nem jeito retraído, nem voz sem força, muito menos gritos de socorro. Apenas o sorriso e o bem-estar saltavam aos olhos. Mas não sabiam se de verdade ou de mentira.

Mesmo assim, viviam ricos e pobres encantados em seus aprisionamentos particulares restritos ao campo de visão permitido pelo aparelho na palma da mão. O isolamento entre eles mesmos os igualava cada qual na sua zona de conforto ou desconforto. Dentro de casa, as pessoas se isolavam umas das outras cada qual com seu aparelho sob os olhos, mesmo lado a outro. Os pais perdiam o controle sobre os filhos porque eles próprios estavam encantados com a tecnologia. Mas aí tome ciência para lhes alertar. Se pulava alguma coisa fora do lugar, a ciência estava a postos. A tecnologia também. Então estava tudo certo.

Quem não tinha esse aparelho não pertencia ao mundo do capital e não era considerada uma pessoa daquela sociedade. Por isso quase todo mundo o tinha, ricos e pobres. E quem não tinha procurava ter nem que fosse às custas do endividamento e até da pilhagem. Mas ter não significava que pobres e ricos haviam se igualado. Pelo contrário. A diferença e a desigualdade continuavam e o mercado do capital sabia quem era quem pelos produtos que compravam. Nisso ele também ganhou, porque sabia o que oferecer para um e outro e assegurar o seu lucro.

Os ricos iam a mercados e voltavam para casa com uma parafernália de produtos de limpeza por acreditar que tudo tinha que ser muito limpo e que a limpeza não era mais alcançada apenas com água, sabão e uma bucha auxiliar. A ciência e a tecnologia contribuíam com essa compreensão evidenciando a multiplicidade de bactérias em superfícies para ativar o medo e a necessidade de mais produtos de limpeza.

Os pobres quando iam a mercados voltavam com alguns produtos da cesta básica porque não podiam comprar a cesta completa. Mas também não faltavam produtos de limpeza porque ninguém sabia mais tirar o sujo apenas com água e sabão e uma esponja de aço. Afinal ninguém mais queria perder as facilidades oferecidas pelo mercado do capital que sabia muito bem disso e criava cada vez mais novas necessidades e facilidades.

Assim, enquanto de um lado se vivia no excesso até do ter que ter produto de limpeza para tudo, do outro se vivia na carência do não ter o que comer. Mas isso as pessoas não viam, porque o desconhecimento e a indiferença do outro não lhes permitia ver. Só enxergavam os produtos que o mercado do capital lhes mandava comprar, os novos lançamentos da ciência e da tecnologia. Enxergavam também suas necessidades de proteção, porque o medo havia se generalizado entre as pessoas. Não era mais apenas os ricos com medo dos pobres. Era todos com medo de todos. As pessoas haviam se tornado cada uma o maior lobo de cada qual.

Por isso, muitas pessoas se fechavam cada vez mais em seus muros fortificados e em seus carros blindados. Outras tantas jaziam ou choravam no asfalto sob a mira da pilhagem que as vitimava. E o mundo do capital sorrindo porque podia lucrar cada vez mais com o medo das pessoas, vendendo-lhes aparatos de segurança de toda ordem.

Mas tudo parecia bem. A sociedade parecia feliz com os seus avanços científicos e tecnológicos. As pessoas muito encantadas e seguindo umas às outras em seus encantos. Tão felizes que não aceitavam nem ouvir falar de Deus. Afinal, para que Deus se sabiam tudo por seus próprios méritos? E se não sabiam, não tinham à palma da mão a ciência e a tecnologia para lhes ensinar e lhes mostrar e lhes socorrer de alguma forma? Então, para que Deus? Inclusive, se fosse para ofender algumas pessoas bastaria falar o nome de Deus. Não havia ofensa maior.

Então Deus resolveu dar um corretivo a essa sociedade. Chamar atenção das pessoas para os seus estilos de vida; para ver se saíam de seus encantamentos e o percebessem; para ver se ao desmoronarem, encontrassem Deus nos escombros. Então fez um vírus despontar no ar. Um vírus de um olho só, mas com toda a carga da perversidade do mundo do capital. Um vírus para atingir aquela sociedade nos seus interesses mais significativos, nos seus usos mais frequentes, nas suas paranoias mais estranhas, nos seus encantamentos mais deslumbrantes.

Então o vírus se preparou para o ataque. Ao arregalar o olho, viu que as coisas não estavam nada no lugar. Viu a desigualdade gritante, o isolamento social, o distanciamento entre as pessoas, os excessos por um lado e a carência por outro, o medo entre as pessoas e o desejo de proteção e de limpeza. Viu então que muito poderia contribuir. Piscou o olho repetidas vezes enquanto bradava na virulência do seu poder:

Ah, é limpeza que vocês querem?

É só da ciência que vocês precisam?

 Ah, é a tecnologia que lhes encanta?

É isolamento que lhes torna felizes?

Ah, andam com medo uns dos outros?

Pois tomem mais limpeza!

Pois tomem ciência e tecnologia!

Mais ciência!

Mais tecnologia!

Mais isolamento!

Mais medo!

Muito mais tudo o que vocês já fazem muito bem!... 

E o vírus partiu para o ataque e atingiu aquela sociedade. Sem dó. Sem piedade. Entre uma gargalhada e outra ele rodopiou no ar e atacou. Obrigou a todas as pessoas a fazer o que já sabiam fazer muito bem. E o que não sabiam tiveram que aprender muito rápido. E tudo de forma bastante acentuada. Muito mais! Mais limpeza e mais produtos de limpeza. Mais medo e mais isolamento. As pessoas foram confinadas em suas casas e as ruas ficaram vazias. Muitas pessoas perderam entes queridos. Choraram os seus mortos. Muitas rogaram a Deus! Outras lamentaram. Mas não se sabe se das que choraram, das que rogaram, das que lamentaram compreenderam a mensagem do vírus. O certo é que entre choros e lamentos quem sorriu foi o mercado do capital, que saiu mais fortalecido, que vendeu mais produtos, que lançou novos serviços e novas necessidades, que gerou mais ciência e mais tecnologia; que produziu mais encantamentos.

Moral da história:

O mundo é realmente um encanto!

Para as mentes incautas!

Entre Deus e os ídolos de ontem e os de hoje,

continuamos no caminho errado das nossas escolhas.

 

A você, meus agradecimentos.

Deus esteja com você!

Sônia Ferreira

Teresina, 07 de agosto de 2021. 

Você terminou de conhecer o quarto conteúdo do Caminho Achados e Trapos.

Espero que tenha gostado e continue acompanhando a sequência.

Imagem com a gata Diamantina deitada e convidando leitores e leitoras para se inscreverem no blog A Doideragem e o seguir.
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Com a gata Diamantina, a guia de conteúdos deste caminho SMF Achados e Trapos.


 


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