FAZENDO VALER O NOSSO VOTO
PROJETO SOCIAL DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E DE CONTROLE SOCIAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS
O COMEÇO: DAS ELEIÇÕES 2012 ÀS ELEIÇÕES 2014
O Fazendo Valer o Nosso Voto foi uma ideia
originada logo depois das eleições de 2012 frente à minha indignação com o rumo
que tomava o resultado das eleições municipais daquele ano. Antes mesmo de
tomarem posse os eleitos e as eleitas, já se cogitava no meio político quem
assumiria determinadas secretarias ou determinados cargos no governo. Era o
resultado das coligações partidárias em torno do candidato a prefeito.
Então mais uma vez nós eleitores e eleitoras éramos
traídos e traídas por candidatos e candidatas nas quais e nos quais havíamos
votado. Traídos e traídas na prática comum de se tratar o voto com descaso
porque assim as leis eleitorais permitiam o que ainda permitem: a imoralidade
política. Por essa prática, votamos no candidato e na candidata e logo depois
assistimos um e outra deixarem o cargo no Legislativo para assumirem vaga no
Executivo. Por isso digo o que já dizia: abaixo as coligações partidárias!
Foi nessa indignação que idealizei o projeto. Eram três
ações inter-relacionadas. A primeira, realizar atos em praças públicas contra
coligações partidárias sob a insígnia “Fazendo Valer o Nosso Voto”. A segunda, distribuir cartões
lembretes a eleitores e a eleitoras para que registrassem os nomes do candidato
e da candidata que recebera o seu voto naquelas eleições. Sugeria não esquecer o nome de quem recebera o seu voto naquelas eleições. A terceira ação, exercer o
controle do mandato parlamentar para se evitar que os eleitos e as eleitas a cargos
legislativos assumissem cargos no governo em vez de cumprir os seus mandatos.
Em todas as ações, um chamado à população para a
importância do voto monitorado no decurso do mandato dos candidatos e
candidatas eleitas e eleitos. Daí o nome do projeto Fazendo Valer o Nosso Voto.
Nas eleições de 2014, iniciei a execução dessas ações,
mas sem êxito. A ação dos atos em praça pública errei a escolha do local
próximo a duas paradas de ônibus. Acreditava que a aproximação poderia me favorecer
a minha comunicação com aquele público de usuários e usuárias dos ônibus
esperados. Uma comunicação restrita ao meu monólogo indignado sobre a
periculosidade das coligações partidárias para os serviços públicos. Depois de
um tempo de microfone, percebi que pouquíssimas pessoas me davam atenção. A
grande maioria detinha sua atenção no ônibus esperado. Recuei nessa ação.
A ação referente aos cartões lembretes foi rejeitada por eleitores e eleitoras sob a compreensão de que se tratava de apoio a candidato ou candidata. Houve resistência da pessoa em receber o cartão acreditando se tratar de “santinho eleitoral”. Errei ao escolher o mesmo dia das eleições para entregar os cartões nas proximidades do local de votação. Então recuei também nessa ação. Consequentemente, não se realizou a ação referente ao controle do mandato parlamentar. O projeto carecia de revisão.
AÇÕES REVISADAS: OBJETIVOS FOCADOS NO BEM COMUM
O
Fazendo Valer o Nosso Voto foi então reformulado e sua proposta original assumiu
uma dimensão muito maior. As três ações originais passaram a compor os
objetivos específicos, cada um com um escopo grande de abrangência. O primeiro,
voltado para a mobilização da população como chamamento à participação nos
processos eleitorais de forma ativa. O segundo, voltado para o controle social
dos serviços públicos por meio do controle da gestão de órgãos públicos e dos
mandatos legislativos. O terceiro, voltado para a adoção de medidas de proteção
da Constituição Brasileira, especialmente por meio do conhecimento de seus
preceitos e das leis vinculadas.
Todas
essas ações focadas na seguinte finalidade: a preservação e continuidade dos
serviços públicos por meio do fortalecimento do Estado e da Sociedade
Civil. De um lado, fortaleceria o Estado
na sua capacidade de gerir os recursos públicos e mobilizar os servidores
públicos e as servidoras públicas em prol dos cuidados e da efetivação dos
serviços públicos.
Por
outro lado, fortaleceria a Sociedade Civil na sua capacidade do controle da
ação estatal por meio do controle da gestão de serviços públicos onde quer que
eles se realizassem na vida das pessoas; ou seja, onde quer que estivessem os
órgãos públicos com suas distintas ações de atendimento à população.
Essas
são propostas gerais às quais se vinculam as ações específicas do projeto.
Ações que nos ensinariam a nos voltar efetivamente para o Interesse Público, a
Coletividade, o Bem Comum.
Em
última instância, o projeto social Fazendo Valer o Nosso Voto foi pensado com o
propósito de contribuir com a construção de uma nova ética política na
sociedade brasileira e, consequentemente, uma nova ética de gestão dos serviços
públicos orientados efetivamente para o Bem comum.
Para
o alcance dessa finalidade, porém, é de fundamental importância o
fortalecimento da consciência política e de uma cultura de participação
política na sociedade brasileira. Com esse intuito, esse projeto se propunha à
mobilização da população em todas as suas fases de implementação, buscando,
inclusive, o engajamento de segmentos organizados da sociedade. A participação
da população é condição necessária ao alcance dos objetivos e,
consequentemente, à construção de uma nova ética política na nossa relação com
os bens públicos e com a gestão do erário público.
No
primeiro momento, o projeto propunha a mobilização social como chamamento à
participação de eleitores e eleitoras nos processos eleitorais por meio da
elaboração das pautas dos eleitores e das eleitoras; pautas legalmente
instituídas na legislação eleitoral; reivindicativas de direitos e serviços
públicos; objetivas, calculadas, nas quais a população apresentasse suas
demandas por áreas de interesse público; pautas que seriam apresentadas a
candidatos e a candidatas a cargos eletivos e/ou a seus partidos políticos,
visando ao comprometimento destes com as demandas da população em suas
campanhas eleitorais e nos horários eleitorais de rádio e televisão para, uma
vez eleitos, lutarem pela aprovação das demandas apresentadas em seus postos
legislativos ou de gestão. Em outras palavras, as pautas dos eleitores e das
eleitoras orientariam as ações parlamentares em seus cargos de representação
democrática.
As
pautas dos eleitores e das eleitoras instituir-se-iam como instrumentos de
participação política e de avaliação da ação parlamentar. Dotariam os eleitores
e as eleitoras de mecanismos concretos de avaliação dos mandados legislativos.
Assim, poderiam participar cada vez mais das discussões políticas e das
questões de impactos à nossa vida.
No
segundo momento, de igual maneira, a mobilização para o Controle Social
Integrado da Gestão do Serviço Público por área de interesse público de forma
integrada com os servidores públicos. Por conseguinte, criar-se-iam condições
que assegurassem os recursos materiais e humanos necessários à consecução dos
serviços públicos e sua continuidade ao longo do tempo. Dessa forma, ter-se-iam
as condições para se prevenir, minimizar ou evitar prejuízos à população pela
carência, descontinuidade ou precarização dos serviços públicos.
No
terceiro momento, este projeto se propunha à mobilização da população em torno
da criação de uma mentalidade de cuidados e proteção da Constituição Brasileira
em prol do Bem Comum; proteção essa para impedir a alteração da Lei Constitucional
conforme a conveniência do momento visando interesses nem sempre de acordo com
os interesses da população e às vezes até prejudiciais.
Na
construção dessa mentalidade de cuidados e proteção, o projeto se propõe à
defesa de uma nova Constituinte para revisão e reformulação do texto
constitucional, tornando-o mais adequado aos interesses da população; definindo
novas cláusulas pétreas, incluindo inclusive a estrutura administrativa do
Estado, conferindo aos eleitores brasileiros um lugar constitucional que os
destaque como Povo Soberano, além de conferir à Lei Magna um grau de
objetividade que restrinja o quanto possível o poder discricionário de
magistrados em seus atos de afirmação da justiça.
De
outra forma, criar-se-iam atividades competitivas que estimulassem a população
ao estudo da Constituição Brasileira e das leis vinculadas, de modo a lhe
possibilitar o conhecimento das leis de amparo aos serviços públicos e à nossa
vida em todas as suas dimensões. Assim, fortalecer a consciência política e da
participação nas ações de controle social. Nessa proposição, considerar-se-ia a
adesão de alguma emissora de televisão visando à transmissão das atividades, de
modo a se ampliar a participação de diferentes segmentos da sociedade.
Em todos os momentos, porém, o engajamento da população torna-se essencial ao processo de construção dos espaços de Controle Social Integrado da Gestão dos Serviços Públicos. Uma forma de controle que somente se materializaria mediante ações sistemáticas e vigília constante.
IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES: A BUSCA DO APOIO NÃO ENCONTRADO
Em 2018, tentei implementar as ações do Fazendo Valer
o Nosso Voto buscando apoio de movimentos sociais, sindical e estudantil,
mas não obtive êxito. Nesse intento, não passei do bater à porta. Então, eu o
reapresento agora no mesmo formato; porém, tentando apoio não mais em públicos
específicos, não mais em categorias consolidadas, mas em todo(a) e qualquer
eleitor e eleitora que se sinta tocado e tocada pelas ideias do projeto e
queira participar de suas ações.
No próximo conteúdo, falarei sobre a implementação das
ações e o não êxito na busca de apoio. Mas desde já conheça o projeto na
íntegra. Clique aqui para download do arquivo PDF.
A você, os
meus agradecimentos!
Deus esteja
com você!
Sônia
Ferreira
Teresina,
20 de agosto de 2021.
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