sexta-feira, 23 de julho de 2021

A importância do projeto ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa

 

Imagem com a gata Lady Miau apresentando o conteúdo sobre a importância do projeto ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa.
Neste conteúdo apresento o ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa como um projeto muito importante tanto para a pessoa idosa beneficiária quanto para a pessoa cuidadora. Também como me ocorreu a ideia desse projeto a partir dos cuidados com a minha mãe.

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO SOCIAL COMCARINHO CUIDADOS COM A PESSOA IDOSA 


INTRODUÇÃO

O projeto social ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa procura alcançar dois objetivos principais: realizar visitas domiciliares e possibilitar o acesso a produtos de uso preferencial a pessoas da terceira idade.

Mas embora essas ações sejam destinadas a pessoas idosas sob cuidados, elas também contribuem sobremaneira com a pessoa cuidadora. Principalmente: quando uma única pessoa membro da família se torna responsável pelas ações de cuidados. E mais: quando a pessoa sob cuidados é dependente por alguma incapacidade ou agravo à saúde.

Veja na seção seguinte as razões pelas quais considero essa importância.

 

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO COMCARINHO PARA A PESSOA CUIDADORA

Ao longo da minha vida sempre conheci pessoas que cuidavam de algum ou alguma parente, geralmente pais, avós ou tios e tias. No entanto, jamais tecera algum significado sobre suas ações de cuidados. Era algo distante demais para mim. Não sei se pela minha indiferença ou porque não era chegado o momento. O meu momento de cuidar.

O que sei é que quando chegou a vez de se cuidar de minha mãe eu disse estou aqui. E foi nesse cuidar que comecei a tecer meus aprendizados. Inclusive, foi quando enxerguei o cuidador e a cuidadora de seus pais, mães, avós, tios e tias, irmãs e irmãos, de nossos entes queridos. Aprendi então a observar as ações de cuidados para além das minhas. Aprendi a ver a abnegação, a dor, a inquietação, mas principalmente a satisfação com o bem-estar e a alegria proporcionados à pessoa sob cuidados.

Essa compreensão adveio sem dúvidas de minha própria experiência de cuidados com minha mãe. A partir dessa vivência, observei experiências de familiares outros cuidando de seus idosos e suas idosas em situações análogas à minha. O retrato de uma e outra experiência é praticamente o mesmo.

No contexto familiar de cuidados, a pessoa cuidadora se torna sobrecarregada entre pelo menos quatro demandas: as tarefas próprias da casa, as ações específicas de cuidados, os processos da vida civil da pessoa e os processos médico-hospitalares. Essas duas últimas demandas levam a pessoa cuidadora a frequentes ausências de casa para encaminhar as ações relativas a uma e outra demanda nos órgãos respectivos.

Com a sobrecarga, a pessoa cuidadora não apenas se abstém de sua vida pessoal, como também não consegue cuidar da pessoa em toda a sua necessidade. Em tais condições, os cuidados tendem a se tornar bastante básicos, geralmente restritos à alimentação, higiene pessoal, administração da medicação e a consultas médicas.

Embora se considerando “tudo sob controle”, são situações que se verificam geralmente em cenários em que aumentam as necessidades da pessoa sob cuidados. Logo, aumentam também as demandas e/ou as preocupações da pessoa cuidadora, pois é ela quem naturalmente assume a responsabilidade de suprir as necessidades emergentes.

Em se tratando de pessoas incapazes e totalmente dependentes, aumenta a necessidade de produtos de uso preferencial, inclusive produtos de acomodação da pessoa à cama e a assentos. O aumento das demandas tende a afetar as finanças da família, muitas vezes já fragilizadas pelas próprias condições de saúde da pessoa sob cuidados. Em situações de famílias de baixa renda, a tendência é não se suprirem certas carências.

No caso de pessoas idosas saudáveis, geralmente a necessidade é de atenção e interação social. É comum idosos e idosas isoladas e isolados de quaisquer conversações em sua própria casa. Em situações de sobrecarga da pessoa cuidadora, esses cuidados terminam sendo mais negligenciados ainda. As visitas domiciliares propostas poderão suprir um pouco essa lacuna por meio da conversação com a pessoa idosa, favorecendo a sua interatividade.

É esse o contexto no qual se identifica a importância do projeto social ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa. É considerando essas circunstâncias que o projeto pode trazer benefícios a pessoas da terceira idade de vida social inativa. As visitas domiciliares e o acesso a produtos de uso preferencial poderão contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa quanto com o cuidador e a cuidadora familiar nas suas ações de cuidados.

Oferecer um suporte ao cuidador familiar ou à cuidadora que lhe assegure alguma ajuda já é um pouco amenizar suas preocupações com o suprimento de determinadas necessidades.

É sabido que a Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) e a Lei 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social) trouxeram muitos avanços para as pessoas da terceira idade. Inclusive no âmbito da assistência familiar nos aspectos relativos à saúde da pessoa. Mas lacunas sempre existem. E uma delas está no suporte ao cuidador familiar ou à cuidadora para melhor atender à pessoa idosa sob seus cuidados.

Nesse sentido, o projeto ComCarinho poderá contribuir tanto com as visitas domiciliares quanto com a disponibilidade de produtos de uso preferencial à pessoa idosa sob cuidados de familiares. Por isso é muito importante a construção da Rede de Apoio e Colaboração, principalmente com a adesão de colaboradores e colaboradoras, voluntários e voluntárias, pois dessa construção depende a consecução dos objetivos do projeto. 


ASSIM SURGIU A IDEIA DO PROJETO COMCARINHO CUIDADOS COM A PESSOA IDOSA 

O projeto social ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa caiu na minha ideia em 2013, originalmente em meio aos meus cuidados com a minha mãe. Depois de um tempo de aprendizados com ela, acreditei que poderia contribuir com outras pessoas idosas igualmente dependentes. Não apenas pensando na contribuição, mas também no meu ganha pão. Afinal, para cuidar, eu havia ficado sem renda. Então via naqueles aprendizados uma oportunidade de ganhos.

No final daquele ano, eu considerava a situação de minha mãe sob controle. Então comecei a delinear um plano de negócio focado em cuidados domiciliares junto a cuidadores e cuidadoras familiares. No ano seguinte, lancei-me como microempreendedora nesse ramo, mas tão certa quanto entrei também saí. De um lado, deparei-me com uma realidade completamente adversa à que eu jamais imaginara. Por outro, a situação de minha mãe não estava tão sob controle como eu supunha. A decisão mais acertada então foi recuar logo depois do primeiro ano. Reconheci que havia me precipitado e que não dispunha das qualidades que aquele empreendimento exigia de mim.

E o que o ComCarinho Cuidados com a Pessoa Idosa exigia de mim naquele momento? O requisito número 1 era que eu focasse no lucro. Tudo girava em torno do lucro, lógico! E nisto estava a realidade adversa. Em meu contato inicial com uma família cuidadora de seu idoso dependente, deparei-me com uma situação que me levou a rever os meus objetivos e até os meus conceitos.

Mas o que eu vi? Uma pessoa idosa ela própria necessitada de cuidados, mas responsável pelos cuidados de outra; pelos cuidados de tudo da casa sob sua gerência; ainda mantenedora de filhos adultos; completamente endividada e refém de empregadas domésticas que se revelavam não totalmente compromissadas com suas tarefas, inclusive negligenciando cuidados com a pessoa idosa sob a sua responsabilidade.

Aquela família me fez ver que talvez não baste a posse financeira para ter a vida sob controle, especialmente quando se envelhece e doenças se instalam. Talvez não baste uma boa situação financeira para poder pagar o que se lhes cobram por determinados serviços em determinados momentos; ou para dispor dos serviços pelos quais paga, especialmente quando estes se intitulam de acompanhamento domiciliar ou cuidados domiciliares. Como cobrar, então, de uma pessoa que aos meus olhos beirava o desespero?

Essa questão me incomodou sobremaneira. Eu já não tinha certeza se o meu interesse financeiro era maior do que o interesse de ajudar. Vi então que estava no caminho errado, pois no mercado do lucro a ética é outra. Então aquela realidade adversa não era daquela família em relação a mim, mas era completamente minha, pois me mostrava que eu não me ajustava ao mercado ou pelo menos que eu não seria feliz nele.

Se esse fato já era suficiente para eu mudar de rumo, havia também a situação de minha mãe exigindo um pouco mais de mim. Então

Ao constatar que estava no caminho errado, mudei de rumo. Saí da perspectiva do lucro. Desistindo depois de um ano de iniciado naquele formato, eu o retomo agora como projeto social voltado à interação da pessoa idosa por meio da conversação e ao suprimento de necessidades associadas à deambulação e ao acamamento. Neste caso, um projeto voltado para qualquer pessoa idosa independentemente da sua condição econômica e social. Através da pessoa idosa sob cuidados, as ações do projeto instituem-se também como uma ajuda à pessoa cuidadora, contribuindo com determinadas ações diárias de cuidados.

A você, meus agradecimentos!

Deus esteja com você!

Sônia Ferreira

Teresina, 23 de julho de 2021.

Você terminou de conhecer o quarto conteúdo do Caminho SMF Projetos Sociais.

Espero que tenha gostado e acompanhe os conteúdos seguintes.

Veja o conteúdo anterior: os objetivos do projeto

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